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Isolamento Quotes

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Vinicius de Moraes
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.”
Vinicius de Moraes, Para Viver um Grande Amor: Crônicas e Poemas

Antonio Romagnolo
“Per essere isolati non bisogna rimanere soli, basta non avere vicino le persone che ami, basta rimanere accanto a quelle sbagliate, quelle che pur chiedendoti: come stai?, non potranno mai sapere come ti senti.”
Antonio Romagnolo, E adesso rubami un'altra mela

Fernando Pessoa
“A única realidade para mim são as minhas sensações. Eu sou uma sensação minha. Portanto nem da minha própria existência estou certo. Posso está-lo apenas daquelas sensações a que eu chamo minhas.
A verdade? - É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho certeza. Uma sensação minha? De quê?
Procurar o sonho é pois procurar a verdade, visto que a única verdade para mim sou eu próprio. Isolar-me tanto quanto possível dos outros é respeitar a verdade.”
Fernando Pessoa, The Book of Disquiet

“Mas a exclusão, que me impus, dos fins e dos movimentos da vida; que procurei, do meu contacto com as coisas — levou-me precisamente àquilo q que eu procurava fugir. Eu não queria sentir a vida, nem tocar as coisas, sabendo, pela experiência do meu temperamento em contágio do mundo, que a sensação da vida era sempre dolorosa para mim. Mas ao evitar esse contacto, isolei-me, e, isolando-me, exacerbei a minha sensibilidade já excessiva. Se fosse possível cortar de todo o contacto com as coisas, bem iria à minha sensibilidade. Mas esse isolamento total não pode realizar-se. Por menos que eu faça, respiro; por menos que aja, movo-me. E, assim, conseguindo exacerbar e minha sensibilidade pelo isolamento, consegui que os factos mínimos, que antes mesmo a mim nada fariam, me ferissem como catástrofes. Errei o método de fuga. Fugi, por um rodeio incômodo, para o mesmo lugar onde estava, com o cansaço da viagem sobre o horror de viver ali.”
Bernardo Soares, The Book of Disquiet: The Complete Edition

John Knowles
“Sentivo che non ero, non ero mai stato e non sarei mai stato una parte vivente di questo mondo straordinariamente solido e profondamente significativo che mi circonda.”
John Knowles, A Separate Peace

Cesare Pavese
“La vita non è ricerca di esperienze, ma di se stessi. Scoperto il proprio strato fondamentale ci si accorge che esso combacia col proprio destino e si trova la pace.

L'amore ha la virtù di denudare non i due amanti, l'uno di fronte all'altro, ma ciascuno dei due davanti a sé.

Una beffarda legge della vita è la seguente: non chi dà ma chi esige, è amato. Cioè, è amato chi non ama, perché chi ama dà. E si capisce: dare è un piacere più indimenticabile che ricevere; quello a cui abbiamo dato, ci diventa necessario, cioè lo amiamo.
Il dare è una passione, quasi un vizio. La persona a cui diamo, ci diventa necessaria.

Soltanto seguendo l'istinto, il modo d'essere iniziale, spontaneo, si può sentirsi giustificati e in pace con se stessi e la propria misura. Ma chi ha nell'istinto il dividersi in due, l'attaccar lite con se stesso?

Non ci si libera di una cosa evitandola, ma soltanto attraversandola.

Vivere tra la gente è sentirsi foglia sbattuta. Viene il bisogno d'isolarsi, di sfuggire al determinismo di tutte quelle palle da biliardo.

da "Il mestiere di vivere”
Pavese Cesare

Philip K. Dick
“— Tenho uma resposta. A liderança nesta sociedade naturalmente recairia sobre os paranoicos, sendo eles superiores em termos de iniciativa e inteligência, além das habilidades comuns inatas. Evidentemente, eles enfrentariam dificuldades para evitar que os maníacos dessem um golpe… a tensão perduraria indefinidamente entre os dois grupos. Mas veja bem, com os paranoicos estabelecendo a ideologia, a base emocional dominante seria o ódio. Na verdade, ódio em dois níveis: a liderança detestaria cada um que estivesse fora de seu grupo e estabeleceria como ponto pacífico que todos os odiavam em resposta. Portanto, a chamada política externa consistiria em estabelecer mecanismos através dos quais pudessem combater este suposto ódio em relação a eles. Este processo envolveria toda a sociedade em uma luta ilusória, em uma batalha contra adversários inexistentes em busca de uma vitória sobre o nada.
— Por que este esquema é tão ruim?
— Porque, não importa como tenha começado, os resultados seriam os mesmos — Mary foi taxativa — isolamento total para essa gente. Este seria, em última análise, o efeito da atividade global desses grupos: cortá-los progressivamente das demais entidades viventes.
— É assim tão negativo? A auto-suficiência…
— Não — fez Mary — Isto não seria auto-suficiência, seria alguma coisa completamente diferente, algo que nem eu nem você conseguimos imaginar. Lembra-se das antigas experiências feitas com pessoas em isolamento absoluto? Em meados do século vinte, quando eles previram a viagem ao espaço, a possibilidade de um homem ficar sozinho durante vários dias, semanas sem fim, com cada vez menos estimulação… lembra-se dos resultados obtidos quando eles colocavam um homem em uma câmara sem que quaisquer estímulos o alcançassem?
— Claro — fez Mageboom — É o que atualmente denominamos the buggies. O resultado da falta de estimulação é a alucinação aguda.
Ela assentiu: — Alucinação auditiva, visual, táctil e olfativa, em substituição a estimulação ausente. Em intensidade, a alucinação é capaz de exceder a força da realidade; com sua intensidade e impacto, o efeito obtido… Por exemplo, estados de terror. Alucinações induzidas por drogas podem deflagrar sentimentos de terror que nenhuma experiência no mundo real pode produzir.
— Por quê?
— Porque a qualidade dessas alucinações é muito superior. Elas foram geradas no interior do sistema receptor dos sentidos e realimentam-se de emanações provenientes não de um ponto distante mas do interior do próprio sistema nervos de uma pessoa. Ela não consegue afastar-se. Não é possível qualquer retirada.”
Philip K. Dick, Clans of the Alphane Moon

Philip K. Dick
“A Dra. Rittersdorf redarguiu, cautelosa: — É notório que vocês se uniram contra um inimigo comum… contra nós. Mas… gostaria de fazer uma aposta antes de chegarmos e outra antes de partirmos, de que vocês se fragmentarão em indivíduos isolados, desconfiados e assustados em relação ao próximo, incapazes de colaborar — Ofereceu um sorriso conciliador, mas demasiado astuto para convencê-lo.
Evidentemente ela estava certa; deixara isto bem claro. Eles não funcionavam juntos harmoniosa e regularmente. Por outro lado, ela também estava errada.
Este fora seu erro: supusera, naturalmente como uma justificativa autodefensiva, que a origem do medo e da hostilidade repousavam no conselho, mas na verdade fora a Terra que lançara mão de táticas ameaçadoras. A chegada da nave consistia em uma atitude francamente hostil… caso contrário, teriam tentado obter a permissão [de entrada]. Os próprios terrestres manifestaram desconfiança inicial; eram eles os responsáveis pelo atual nível de desconfiança mútua. Se quisessem, poderiam ter evitado esse estado de coisas.”
Philip K. Dick, Clans of the Alphane Moon

Mohamedou Ould Slahi
“No começo do verão ■■■■■■■■ eles instalaram ■■■■■ ■■■■■■■■ perto de minha barraca e fomos autorizados a nos ver durante o recreio. ■■■■■■■■■ está mais para velho, tem cerca de ■■■■■■■■■■■■■■ de idade. ■■■■■■■■■■■■■ parecia não ter passado incólume pelo choque da detenção. Sofria de paranoia, amnésia, depressão e outros problemas mentais. Alguns interrogadores diziam que ele estava se fazendo de louco, mas na minha opinião ele estava completamente desvairado. Na verdade, eu não sabia o que pensar, mas não me importava muito. Eu estava louco por companhia, e ele era uma companhia.
No entanto, há um obstáculo para a aproximação dos detentos, sobretudo entre os que se conheceram no próprio campo: eles tendem a ser céticos em relação aos outros. Mas eu estava bastante descontraído a esse respeito porque na verdade não tinha nada a esconder.
“Eles te pediram para tirar informações de mim?”, ele me perguntou certa vez. Não fiquei impressionado porque supunha a mesma coisa em relação a ele. “■■■■■■■■■■ , relaxe e admita que estou aqui só para espionar você. Fique de boca fechada e não fale de nada que te faça ficar inseguro”, eu disse a ele.
“Você não tem segredos?”, ele perguntou.
“Não, não tenho, e lhe permito que revele qualquer coisa que possa ficar sabendo a meu respeito”, disse eu.”
Mohamedou Ould Slahi, Guantánamo Diary: Restored Edition