Raul de Carvalho (ator)
Raul de Carvalho | |
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Raul de Carvalho, fotografado por Silva Nogueira | |
Nome completo | Raul de Carvalho Soares |
Nascimento | 15 de fevereiro de 1901 Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova |
Nacionalidade | português |
Morte | 10 de agosto de 1984 (83 anos) Lisboa |
Ocupação | Ator |
Raul de Carvalho Soares[1][2][3] OC • OSE (Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova, 15 de Fevereiro de 1901 — Lisboa, Campo Grande, 10 de Agosto de 1984) foi um ator português com vasta carreira, especialmente no teatro e no cinema.
Sobre ele, Amélia Rey Colaço disse: "Era um Actor muito entregue à sua profissão, com muito entusiasmo, com muitas qualidades".[1]
Vida
[editar | editar código-fonte]Raul de Carvalho nasceu em Salvaterra do Extremo, localidade do distrito de Castelo Branco, a 15 de Fevereiro de 1901.[2][3] Foi batizado a 25 de julho de 1901 na igreja de Salvaterra do Extremo, como filho de Bernardino Soares, tenente de infantaria ao serviço da Guarda Fiscal, natural de Couto do Mosteiro (Santa Comba Dão), e de Adriana da Graça Pinheiro de Carvalho, doméstica, natural de Salvaterra do Extremo.[4]
Completou o ensino primário em Castelo Branco, seguindo em 1912 para o Colégio Militar. Com apenas 16 anos, alistou-se como voluntário para a Primeira Guerra Mundial.
A 22 de março de 1926, casou em Lisboa com Maria José Bandeira, doméstica, natural de Oliveirinha (Tábua). Robles Monteiro foi um dos padrinhos de casamento. Maria José Bandeira acabaria por falecer em Lisboa, freguesia de São Sebastião da Pedreira, a 9 de agosto de 1960.[5]
Raul de Carvalho recebeu várias condecorações, entre elas a de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 19 de Setembro de 1947 e a de Oficial da Ordem Militar de Cristo a 21 de Março de 1966,[6] e a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Lisboa.[1]
Raul de Carvalho faleceu com 83 anos, a 10 de Agosto de 1984, em Lisboa, na freguesia do Campo Grande, vítima de acidente vascular cerebral. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[1][7]
Carreira
[editar | editar código-fonte]A sua estreia no teatro, no ano em que completa 20 anos, esteve ligada à Companhia de Rey Colaço-Robles Monteiro, à qual esteve ligado durante quase toda a sua carreira.[1]
A estreia de Raul de Carvalho aconteceu na peça de Alfredo Cortez com o título Zilda", no Teatro do Ginásio[3] ou no Teatro de São Carlos.[1]
No teatro, também trabalhou como empresário.[1]
No dia 16 de Dezembro de 1966, Raul de Carvalho faz a sua despedida, no Teatro São Luiz, interpretando O Ciclone de Somerset Maugham.[1]
Teatro
[editar | editar código-fonte]Numa carreira que se estendeu de 1921 a 1966, entrou em centenas de peças de teatro, aqui ficando uma lista de algumas delas:[1]
Década de 1920
[editar | editar código-fonte]- (1921) Zilda, de Alfredo Cortez.
- (1923) A Filha de Lázaro, de Norberto Lopes e Chianca de Garcia;
- (1923) O Herdeiro, de Carlos Selvagem;
- (1923) A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas (filho), em que fez o papel de "Armand Duval";
- (1923) Cristalina, dos Irmãos Quintero;
- (1924) A La Fé, de Alfredo Cortez;
- (1925) Quando o Amor Acaba, de P. Wolff;
- (1926) Hora Imaculada, de Niccodemi;
- (1926) Os Filhos, de L. Nepoty;
- (1926) Se Eu Quisesse, de P. Géraldy e R. Spitzer;
- (1926) Para Fazer-se Amar Loucamente, de Martinez-Sierra;
- (1926) Inimigos, de Vitoriano Braga;
- (1927) O Senhor Doutor e seu Marido, de Verneuil e Berr;
- (1927) Martine, de Jean Jaccques Bernard;
- (1927) Napoleão (O Homem do Destino), de George Bernard Shaw;
- (1928) O Homem que se Arranjou, de Ramada Curto e uma adaptação de F. Bermudes, J. Bastos e Hermano Neves
- (1957) D. Inês de Portugal, de Alejandro Casona
Cinema
[editar | editar código-fonte]Eis uma lista de filmes[2] em que participou:
Década de 1920
[editar | editar código-fonte]- (1923) O Fado, como "Tónio", o guitarrista.".
- (1923) O Primo Basílio, como "Jorge".
Década de 1930
[editar | editar código-fonte]- (1931) A Canção do Berço (adaptação de Sarah and Son)
- (1934) Gado Bravo, como "Manuel Garrido"".
- (1936) Bocage, como "Bocage"".
Década de 1940
[editar | editar código-fonte]- (1944) Inês de Castro, como "Diogo Lopes Pacheco".
- (1947) Três Espelhos
- (1947) Bola ao Centro, como "O pai do António".
- (1948) Fado, História d'uma Cantadeira, como "O Embaixador".
- (1948) Não há Rapazes Maus, como "Padre Américo".
- (1949) Uma Vida para Dois
- (1949) A Morgadinha dos Canaviais, como "O Velhote".
- (1949) Heróis do Mar, como "Capitão Zé Vaz".
- (1949) ¡Fuego!, como "Miguel".
Década de 1950
[editar | editar código-fonte]- (1950) Frei Luís de Sousa, como "Frei Luís de Sousa".
- (1952) A Garça e a Serpente
- (1953) Rosa de Alfama, como "Bacelar".
- (1954) O Cerro dos Enforcados
- (1958) O Tarzan do 5º Esquerdo
- (1959) Casa de Pais (TV)
Década de 1960
[editar | editar código-fonte]- (1961) As Pupilas do Senhor Reitor
- (1962) A Dama das Camélias (TV), como "Jorge Duval".
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Biografia de Raul de Carvalho na Câmara Municipal de Lisboa
- Breve perfil no Instituto Camões
- Artigo sobre Raul de Carvalho na Infopédia
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Biografia de Raul de Carvalho na Câmara Municipal de Lisboa Acesso 2011-10-12
- ↑ a b c «Raul de Carvalho». IMDb. Consultado em 13 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c "Os Grandes Actores Portugueses" de Luciano Reis, Sete Caminhos 2005. ISBN 989-602-033-7 que indica erradamente Salvaterra de Magos como local e 1905 como ano de nascimento.
- ↑ «Livro de registo de batismos da paróquia de Salvaterra do Extremo (1901-1903)». digitarq.adctb.arquivos.pt. Arquivo Distrital de Castelo Branco. p. 21, assento 39
- ↑ «Livro de registo de casamentos da 4.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (14-12-1925 a 16-06-1926)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 121, assento 121
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Raul de Carvalho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de março de 2015
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 7.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (07-07-1984 a 24-08-1984)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 852, assento 1716