Quinta das Marianas
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Bairro | ||
Urbanização da Quinta das Marianas em 2023. | ||
Localização | ||
Ortofotografia aérea de 1995, centrada no Bairro das Marianas. | ||
Localização em mapa dinâmico | ||
Coordenadas | 38° 41′ 19″ N, 9° 20′ 33″ O | |
País | Portugal | |
Região | Área Metropolitana de Lisboa | |
Distrito | Lisboa | |
Concelho | Cascais | |
Freguesia | Carcavelos e Parede |
A Quinta das Marianas é um bairro sito na Parede, Município de Cascais.
A urbanização situa-se na União das Freguesias de Carcavelos e Parede, do lado direito da ribeira das Marianas e à entrada da vila de Carcavelos, inserida entre a Avenida da República (a norte), a Quinta da Corriola (a oeste) e a Rua Doutor Manuel de Arriaga (a sul).
A atual urbanização compõe-se de vários edifícios de apartamentos de cinco pisos com 484 fogos[1][2] e espaços comerciais e de serviços[3][4].
Sucedeu ao bairro de lata que aí se encontrava e que foi erradicado pelo PER. Juntamente com a Quinta da Tainha foi um dos dois bairros de lata presentes na freguesia da Parede, e o maior do concelho.[5][6]
Caracterização
[editar | editar código-fonte]O bairro ocupa os terrenos de uma antiga quinta no limite leste da antiga freguesia da Parede, definido pela ribeira das Marianas. A proximidade com esta linha de água significa que o bairro integra parcialmente zonas suscetíveis a cheias.[7] A proximidade com o litoral e com o caminho de ferro, bem como a própria localização na Costa do Estoril (que possibilitava o acesso a trabalhos sazonais[8] ou permanentes na áreas da industria hoteleira, serviços domésticos e construção civil) explicam a ocupação da Quinta das Marianas.[8][9]
O bairro existia já pela década de 1970, contando na seguinte com cerca de 100 famílias de várias etnias.[8] Compunha-se de vários alojamentos autoconstruídos com recurso a madeira e zinco, possuindo geralmente um único piso e chão de cimento e que eram melhorados ou aumentados conforme os recursos ou a expansão do agregado familiar.[8] O bairro não dispunha de serviços básicos. Assim, o abastecimento de água era feito através de um único chafariz e os resíduos eram despejados em terrenos baldios, que serviam também de zona de recreio para os mais jovens. Algumas parcelas eram também usadas como áreas de cultivo ou para a criação de gado.[8]
A sua população foi variando ao longo dos tempos, vindo nas décadas seguintes a acolher sobretudo migrantes das antigas colónias (especialmente da Guiné-Bissau[10]) que satisfaziam a procura por mão-de-obra em setores como a construção civil, no qual a maioria dos residentes exercia a sua atividade.[11]
O bairro foi incluído no PER Cascais, para o qual foi levado a cabo um recenseamento da sua população em 1993. Possuía então 368 barracas onde viviam 833 agregados familiares.[12] A demolição do bairro ficou concluída em 2006[13][14][15][16], sendo os seus moradores realojados em diversos bairros sociais do concelho, especialmente na Douroana[17] e pela freguesia de São Domingos de Rana.[18][4]
Referências
- ↑ «Promoção Imobiliária, Grupo Santo». www.asantoimobiliaria.pt. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ «Promoção Imobiliária, Grupo Santo». www.asantoimobiliaria.pt. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ «Quinta das Marianas / Cascais, Carcavelos e Parede». ERA® Imobiliária - Portugal. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ a b «Falta demolir oito barracas para fim do Bairro das Marianas». www.dn.pt. Consultado em 23 de fevereiro de 2021
- ↑ Viana, Clara. «Violência migrante num bairro "negro"». PÚBLICO. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ Público.pt (30 de setembro de 2005). «Bairro do Fim do Mundo sem fim à vista». Consultado em 29 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2014
- ↑ «Temas > Município > Plano Diretor Municipal > Ordenamento > Suscetibilidade > Cheias e Inundações». geocascais.cascais.pt. GeoCascais. Consultado em 5 de março de 2021
- ↑ a b c d e Farinha, João António (1981). The Fourth World people in affluent societies: an analysis of self-help housing and its impact (PDF). Winnipeg: Universidade de Manitoba. pp. 87–112
- ↑ Freitas, Maria João (junho de 2002). «Aprendizagens num Percurso de Autonomias e Poderes: O Processo de Realojamento em Cascais». Cidades - Comunidades e Territórios (4): 19–32
- ↑ Kerlin, Michael D. «New Agents of Socio-Economic Development: Guinea-Bissauan Hometown Associations in Portugal». South European Society and Politics: 33–55. doi:10.1080/13608740508539613
- ↑ Tulumello, Simone (2014). Local Policies for Urban Security and Spatial Planning in the Lisbon Metropolitan Area: the Cases of Lisbon, Cascais and Barreiro municipalities (PDF). Lisboa: ICS ULisboa. p. 42
- ↑ Gonçalves, Alda Teixeira (1999). «Periferias centrais: notas sobre a habitação social no concelho de Cascais». Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Intervenção social (19): 137. ISSN 0874-1611
- ↑ «Bairro das Marianas será demolido até fim de Maio, famílias realojadas». Bairro das Marianas será demolido até fim de Maio, famílias realojadas. Rádio e Televisão de Portugal. Consultado em 23 de fevereiro de 2021
- ↑ «Bairro das Marianas dá o último suspiro - oGuia | Lisboa». www.guiadacidade.pt. 17 de maio de 2005. Consultado em 23 de fevereiro de 2021
- ↑ Lusa. «Cascais: barracas do bairro das Marianas já começaram a ser demolidas». PÚBLICO. Consultado em 23 de fevereiro de 2021
- ↑ «Ex-moradores de barracas em Cascais recordam bairro com saudade». www.sabado.pt. Revista Sábado. Consultado em 23 de fevereiro de 2021
- ↑ «exPERts PER ATLAS - ESTUDOS DE CASO». expertsproject.ics.ulisboa.pt. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ «Carta da Habitação Municipal e PER» (PDF). Câmara Municipal de Cascais. 2014