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Martha Graham

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 Nota: Se procura a supercentenária, veja Martha Graham (supercentenária).
Martha Graham
Martha Graham
Martha Graham com Bertram Ross (1961).
Nascimento 11 de maio de 1894
Allegheny, Pensilvânia, Estados Unidos
Morte 1 de abril de 1991 (96 anos)
Nova Iorque
Nacionalidade estadunidense
Ocupação Dançarina
Prémios Prémio Honorário do Kennedy Center (1979)
Medalha Presidencial da Liberdade (1976)
Medalha Nacional das Artes (1985)
Movimento estético Dança Moderna

Martha Graham (Condado de Allegheny, Pensilvânia, 11 de maio de 1894Nova Iorque, 1 de abril de 1991) foi uma dançarina e coreógrafa estadunidense que revolucionou a história da dança moderna.

O impacto que a dança de Martha Graham causou nos palcos é frequentemente comparado à influência que Picasso teve para a pintura em seu tempo, ou Stravinsky na música, ou Frank Lloyd Wright na arquitetura. As suas contribuições transformaram essa forma de arte, revitalizando e difundindo a dança ao redor do mundo.

Na sua busca por uma forma de expressar-se mais honesta e livremente, ela fundou a Martha Graham Dance Company, uma das mais conceituadas e antigas companhias de dança nos Estados Unidos.

Como professora, Graham treinou e inspirou gerações de grandes bailarinos e coreógrafos. Entre seus discípulos estão Alvin Ailey, Twyla Tharp, Paul Taylor, Merce Cunningham e incontáveis outros atores e dançarinos.

Ela colaborou com alguns dos mais conceituados artistas de seu tempo, como o compositor Aaron Copland e o escultor Isamu Noguchi. Ela inventou uma nova linguagem de movimento, usada para revelar a paixão, a raiva e o êxtase comuns à experiência humana. Ela dançou e coreografou por mais de 70 anos, e durante esse tempo foi a primeira dançarina a se apresentar na Casa Branca, viajar para o estrangeiro como embaixadora cultural, e receber o maior prêmio civil do EUA: a Medalha Presidencial da Liberdade.[1]

Em sua vida, ela recebeu homenagens que vão desde a Chave da Cidade de Paris até a Ordem da Coroa Preciosa do Império Japonês. Ela disse: "Passei toda a minha vida com a dança e sendo uma bailarina. É a vida que permite usá-lo de uma forma muito intensa. Às vezes não é agradável. Às vezes é terrível. Mas, apesar disso, é inevitável".

Durante os seus anos de formação, Graham passou a maior parte do tempo na Costa Oeste. Seu pai, um médico especialista em disfunções neurológicas, tinha grande interesse no diagnóstico através da observação dos movimentos físicos.

Martha aos 54 anos.

Essa crença de que a capacidade do corpo de expressar seus sentimentos e sensações interiores foi vital no interesse e desejo de Graham pela dança. Apesar de ter sido uma garota atlética, ela nunca sentiu grande interesse pela dança durante a sua infância.

Quando ela tinha 10 anos, uma de suas irmãs desenvolve asma e sua família se vê obrigada a mudar para a Califórnia por causa do clima mais adequado. É assim que, em 1911, já na sua adolescência, Martha tem o seu primeiro contato com a dança: a Companhia de Ballet da bailarina Ruth S. Denis se apresenta na Mason Opera House em Los Angeles.

Inspirada pelo desempenho dela, Graham se matricula em um colégio orientado para as artes, e depois na recém-inaugurada Escola de Dança Denishawn.

A Denishawn foi fundada por Ruth S. Denis e seu marido Ted Shawn, e seu objetivo era ensinar técnicas de dança da América e do mundo. Ao longo de oito anos, tanto como aluna quanto como professora, Denishawn foi o seu segundo lar.

Ao contrário de Isadora Duncan, utilizando as palavras de Garaudy, "ela não quis se identificar com os ritmos da natureza":

Eu não quero ser uma árvore, uma flor, uma onda ou uma nuvem. No corpo de um bailarino devemos, como espectadores, tomar consciência de nós mesmos. Não devemos procurar uma imitação das ações cotidianas, dos fenômenos da natureza ou de criaturas exóticas de outro planeta, mas sim alguma coisa deste milagre que é o ser humano motivado, disciplinado e concentrado. A vida, contrariamente à puritana, é uma aventura, uma forma de expansão do homem que exige extrema sensibilidade para ser realizada com graça, com dignidade e com eficácia… O corpo e alma estão implicados de forma indivisível nesta experiência da vida, e a arte pode ser vivida por um ser total. Só uma sensibilidade apurada e exaltada realiza esta concentração no instante que é a verdadeira vida.

Foi uma das principais representantes da dança contemporânea nos EUA, sendo conhecida mais tarde como a mãe da dança moderna. Tinha como objetivo desvendar a alma humana. Ela dizia de seu próprio corpo:

Os séculos e seus eventos passaram por ele. Como os pintores e arquitetos modernistas eliminamos qualquer elemento decorativo ou supérfluo da nossa forma de expressão.

Sua teoria de movimentos começou quando na adolescência ouviu seu pai, que era médico de distúrbios mentais, dizer que tratava seus pacientes de acordo com a forma a qual esses se moviam, Martha dizia que "O corpo diz o que as palavras não podem dizer". Deu início a sua carreira de bailarina aos 22 anos logo após a morte de seu pai.

Sua técnica de trabalho era voltada para a respiração, inspiração-contração, expiração-relaxamento, e também para o idealismo social e por uma forma melhor de vida. Muitas coisas se passaram no trajeto de sua carreira: mudança social, moda, gerações, e Martha sempre criando novos trabalhos, acompanhando todas essas mudanças. Dirigiu sua companhia até a morte (1991) e, aos 80 anos de idade, criou Acts of Light. Morreu em Nova York transformando-se em uma lenda no meio da dança. Seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas no Montes Sangre de Cristo no norte do Novo México no Estados Unidos.[2]

De acordo com Agnes de Mille: "A coisa mais marcante que ela me disse foi em 1943, após a estreia de Oklahoma!, quando fui surpreendida pelo súbito e inesperado ruidoso sucesso de um trabalho que eu considerava apenas razoável, após anos de negligência a trabalhos que eu considerava melhores. Eu estava aturdida e temerosa de que toda a minha escala de valores poderia ser duvidosa. Eu falei com Martha. Eu me lembro bem da conversa. Aconteceu no restaurante Schrafft's, enquanto bebíamos refrigerante. Eu lhe confessei que tinha um forte desejo de ser excelente, mas não tinha fé que poderia sê-lo. Martha me disse calmamente:

Há uma vitalidade, uma força vital, uma energia, um estímulo que se traduz em você pelo seu ato, porque só há uma de você o tempo todo; essa expressão é única. Se você a detém, ela nunca existirá por nenhum outro meio e se perderá. Ela não aparecerá no mundo. Não é de sua conta determinar quão bom ela é, nem quão valiosa, nem como se compara com outras expressões. O que te importa é mantê-la clara e diretamente sua, manter o canal aberto. Você não tem nem mesmo que acreditar em si mesma e em seu trabalho. Você tem que se manter aberta e alerta ao anseio que te motiva. Mantenha o canal aberto. Nenhuma artista é agraciada. [Não há] qualquer satisfação, em momento algum. Há somente uma estranha insatisfação divina, uma inquietação bendita que nos impulsiona e nos faz mais vivas que os demais.[3]

Este trecho das críticas de John Martin no The New York Times fornece informações sobre o estilo coreográfico de Graham. "Frequentemente, a vivacidade e a intensidade de seu propósito são tão potentes que, ao abrir a cortina, eles atingem como um golpe, e naquele momento é preciso decidir se ele é a favor ou contra ela. Ela resume seus humores e movimentos até que eles sejam desprovidos de todas as substâncias estranhas e são concentrados ao mais alto grau".[4][5] Graham criou 181 balés.

Ano Performance Musica
1926 Chorale César Franck
1926 Novelette Robert Schumann
1927 Lugubre Alexander Scriabin
1927 Revolt Arthur Honegger
1927 Fragilité Alexander Scriabin
1927 Scherza Robert Schumann
1929 Figure of a Saint George Frideric Handel
1929 Resurrection Tibor Harsányi
1929 Adolescence Paul Hindemith
1929 Danza Darius Milhaud
1929 Vision of the Apocalypse Hermann Reutter
1929 Insincerities Sergei Prokofiev
1929 Moment Rustica Francis Poulenc
1929 Heretic do folclore
1930 Lamentation Zoltán Kodály
1930 Harlequinade Ernst Toch
1931 Primitive Mysteries Louis Horst
1931 Bacchanale Wallingford Riegger
1931 Dolorosa Heitor Villa-Lobos
1933 Romeo and Juliet Paul Nordoff
1934 Dance in Four Parts George Antheil
1934 Celebration Louis Horst
1935 Praeludium Paul Nordoff
1935 Frontier Louis Horst
1935 Course George Antheil
1936 Steps in the Street Wallingford Riegger
1936 Chronicle Wallingford Riegger
1936 Horizons Louis Horst
1936 Salutation Lehman Engel
1937 Deep Song Henry Cowell
1937 Opening Dance Norman Lloyd
1937 Immediate Tragedy Henry Cowell
1937 American Lyric Alex North
1938 American Document Ray Green
1939 Columbiad Louis Horst
1939 Every Soul is a Circus Paul Nordoff
1940 El Penitente Louis Horst
1940 Letter to the World Hunter Johnson
1941 Punch and the Judy Robert McBride
1942 Land Be Bright Arthur Kreutz
1943 Deaths and Entrances Hunter Johnson
1943 Salem Shore Paul Nordoff
1944 Appalachian Spring Aaron Copland
1944 Imagined Wing Darius Milhaud
1944 Hérodiade Paul Hindemith
1946 Dark Meadow Carlos Chávez
1946 Cave of the Heart Samuel Barber
1947 Errand into the Maze Gian Carlo Menotti
1947 Night Journey William Schuman
1948 Diversion of Angels Norman Dello Joio
1950 Judith William Schuman
1951 The Triumph of St. Joan Norman Dello Joio
1952 Canticle for Innocent Comedians Cameron McCosh
1954 Ardent Song Alan Hovhaness
1955 Seraphic Dialogue Norman Dello Joio
1958 Clytemnestra Halim El-Dabh
1958 Embattled Garden Carlos Surinach
1959 Episodes Anton Webern
1960 Acrobats of God Carlos Surinach
1960 Alcestis Vivian Fine
1961 Visionary Recital Robert Starer
1961 One More Gaudy Night Halim El-Dabh
1962 Phaedra Robert Starer
1962 A Look at Lightning Halim El-Dabh
1962 Secular Games Robert Starer
1962 Legend of Judith[6] Mordecai Seter
1963 Circe Alan Hovhaness
1965 The Witch of Endor William Schuman
1967 Cortege of Eagles Eugene Lester
1968 A Time of Snow Norman Dello Joio
1968 Plain of Prayer Eugene Lester
1968 The Lady of the House of Sleep Robert Starer
1969 The Archaic Hours Eugene Lester
1973 Mendicants of Evening David G. Walker
1973 Myth of a Voyage Alan Hovhaness
1974 Holy Jungle Robert Starer
1974 Jacob's Dream Mordecai Seter
1975 Lucifer Halim El-Dabh
1975 Adorations Mateo AlbénizDomenico CimarosaJohn DowlandGirolamo Frescobaldi
1975 Point of Crossing Mordecai Seter
1975 The Scarlet Letter Hunter Johnson
1977 O Thou Desire Who Art About to Sing Meyer Kupferman
1977 Shadows Gian Carlo Menotti
1978 The Owl and the Pussycat Carlos Surinach
1978 Ecuatorial Edgard Varèse
1978 Flute of Pan Música tradicional
1978, 1979 Frescoes Samuel Barber
1979 Episodes Anton Webern
1980 Judith Edgard Varèse
1981 Acts of Light Carl Nielsen
1982 Dances of the Golden Hall Andrzej Panufnik
1982 Andromanche's Lament Samuel Barber
1983 Phaedra's Dream George Crumb
1984 The Rite of Spring Igor Stravinsky
1985 Song Romanian folk music
1986 Temptations of the Moon Béla Bartók
1986 Tangled Night Klaus Egge
1987 Perséphone Igor Stravinsky
1988 Night Chant R. Carlos Nakai
1989 American Document (nova versão) John Corigliano
1990 Maple Leaf Rag Scott Joplin
1991 The Eyes of the Goddess (inacabado) Carlos Surinach

Referências

  1. Logotipo animado do Google homenageia Martha Graham IG. (Maio, 2011).
  2. Martha Graham (em inglês) no Find a Grave[fonte confiável?]
  3. de Mille, Agnes (1991). Martha: The Life and Work of Martha Graham. NYC: Random House. p. 264. ISBN 0-394-55643-7 
  4. «Martha Graham». prezi.com. Consultado em 10 de maio de 2023 
  5. Martin, John (9 de março de 1962). «Dance: 'Clytemnestra'; Martha Graham Work Offered by Her and Company at Broadway Theatre». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de maio de 2023 
  6. "Moving force", Haaretz Arquivado em fevereiro 25, 2012, no Wayback Machine

Ligações externas

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