Amaryllidoideae
Aspeto
Amaryllidoideae | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||
| |||||||||||||
Géneros | |||||||||||||
Amaryllidoideae Burnett é uma subfamília da família Amaryllidaceae que compreende cerca de 800 espécies ordenadas em 13 tribos os quais, por sua vez, são agrupadas em clades de acordo com os resultados da análise filogenética das sequências de ADN plastídico.[1] Os clades assim formados são congruentes com a distribuição geográfica das tribos.[2]
Descrição e taxonomia
[editar | editar código-fonte]As tribos de Amaryllidaceae, o número de géneros que compõem cada uma, o seu número cromossómico básico e algumas características de cada uma, são os seguintes:[3]
- Amaryllideae (11 géneros, x = 10 e 11): esta tribo é caracterizada pela presença de fibras cartilaginosas nas folhas, escapos com esclerênquima, pólen bissulcado com exina espinulosa (os grãos de pólen são monossulcados e com exina reticulada nos restantes géneros da família) e pelos óvulos unitégmicos. As sementes dos membros desta tribo são verdes e carnosas e não apresentam um período de dormência ou latência, pelo que germinam rapidamente, incluso sobre a planta mãe. Vários géneros populares em jardinagem pertencem a esta tribo, inteiramente africana, tais como Amaryllis, Crinum e Nerine.[4]
- Cyrtantheae (1 género, x = 8): consiste num só género endémico de África, Cyrtanthus, o qual foi separado dos restantes membros de Haemantheae para o dispor na sua própria tribo. Comparte com alguns géneros de Haemantheae o mesmo número cromossómico (x = 8) e a distribuição estritamente africana, mas diferencia-se pelas suas cápsulas loculicidas. As sementes são achatadas, aladas e com fitomelaninas, o que distingue a tribo Cyrtantheae de todas as restantes tribos de amarilidáceas africanas. Esta é a tribo mais diversa quanto à morfologia floral.
- Haemantheae (6 géneros, x = 6, 8, 9, 11 e 12): esta tribo africana compreende géneros que apresentam frutos em forma de baga carnosa e com sementes de viabilidade curta. Em geral, as espécies deste agrupamento não têm bolbo, apresentando raízes fasciculadas, como por exemplo Clivia, Scadoxus e Cryptostephanus[5]
- Calostemmateae (2 géneros, x = 10). Esta tribo consiste em dois géneros, Proiphys e Calostemma, que constituem um ramo com origem na Australásia, isolado do resto da família.
- Lycoridae (2 géneros, x = 11). Constituem a linhagem da família com origem na Ásia central e oriental. Os dois géneros que a compõem (Lycoris e Ungernia) estão estreitamente relacionados filogeneticamente com a tribo Pancratiae.
- Pancratieae (2 géneros, x = 11). É uma tribo distribuída com distribuição paleárctica, com uma posição filogenética controversa. O género Pancratium é o membro da tribo com distribuição natural mais ampla.
- Narcisseae (2 géneros, x = 7, 10 e 11). Caracterizada por um escapo sólido e brácteas espatáceas fundidas num tubo. Narcissus apresenta paraperigónio, o qual está ausente em Sternbergia.
- Galantheae (5 géneros, x = 7, 8, 9, 11 e 12), é uma tribo estritamente relacionada com a anterior, razão pela qual alguns taxonomistas a consideram como uma subtribo de Narcisseae. Os géneros Galanthus e Leucojum são popularmente conhecidos em jardinagem.
- Hippeastreae (ca. 10 géneros, x = 6, 8, 9, 10, 11 e 12). É uma tribo neotropical, originária das Américas. Caracteriza-se por ter um escapo oco e por um relativo desenvolvimento do paraperigónio. Os géneros Hippeastrum, Griffinia, Habranthus e Sprekelia são os mais conhecidos desta tribo.
- Eucharideae (4 géneros, x = 23). Tribo americana com representantes originários do leste dos Andes. Apresentam folhas largas e pecioladas. Os géneros que constituem esta tribo são Eucharis, Caliphruria, Urceolina e Plagiolirion.
- Stenomesseae (8 géneros, x = 23). É uma tribo andina, caracterizada por um número cromossómico 2n = 46 e por um paraperigónio bem desenvolvido na maioria dos géneros. O género Stenomesson é o mais conhecido da tribo.
- Hymenocallideae (3 géneros, x = 23). Tribo americana constituída pelos géneros Ismene, Hymenocallis e Leptochiton, os quais apresentam uma corona estaminal muito desenvolvida.
- Eustephieae (3 géneros, x = 23). Esta tribo representa um clade dos Andes centrais e austrais. Os géneros Eustephia, Hieronymiella e Chlidanthus apresentam sementes secas, achatadas e discóides.
Notas
- ↑ Meerow, A.W. 1995. Towards a phylogeny of the Amaryllidaceae. En P. J. Rudall, P. J. Cribb, D. F. Cutler, and C. J. Humphries (editores), Monocotyledons: systematics and evolution, 169-179. Royal Botanic Gardens, Kew.
- ↑ Meerow, A.; Fay, M.; Chae, M. Guy, Ch. & Q-B. Li, Zaman, F. & Chase, M. (1999). Systematics of Amaryllidaceae based on cladistic analysis of plastid rbcL and trnL-F sequence data (PDF). American Journal of Botany. 86. [S.l.: s.n.] pp. 1325–1345
- ↑ Meerow, A.; Fay, M. y Chae, M. Guy, Ch. y Q-B. Li. The New Phylogeny of the Amaryllidaceae. Herbertia 54:180-203; 1999
- ↑ Snijman, D. A. and H. P. Linder. 1996. Phylogenetic relationships, seed characters, and dispersal system evolution in Amaryllideae (Amaryllidaceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 83: 362-386.
- ↑ Meerow, A. W., & Clayton, J. R. (2004). Generic relationships among the baccate-fruited Amaryllidaceae (tribe Haemantheae) inferred from plastid and nuclear non-coding DNA sequences (PDF). Plant Systematics and Evolution. 244. [S.l.: s.n.] pp. 141–155. doi:10.1007/s00606-003-0085-z. Consultado em 14 de fevereiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Judd, W. S.; C. S. Campbell, E. A. Kellogg, P. F. Stevens, M. J. Donoghue (2007). «Amaryllidaceae». Plant Systematics: A Phylogenetic Approach, Third edition. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates. pp. 270–272. ISBN 978-0-87893-407-2
- Simpson, Michael G. (2005). «Amaryllidaceae». Plant Systematics. [S.l.]: Elsevier Inc. pp. 169–171. ISBN 0-12-644460-9ISBN 978-0-12-644460-5 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Stevens, P. F. (2001). «Amaryllidaceae». Angiosperm Phylogeny Website (Versión 9, junio del 2008, y actualizado desde entonces) (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009
- Watson, L.; Dallwitz, M. J. «Amaryllidaceae». The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval.Version: 1st June 2007. (em inglês). Consultado em 4 de novembro de 2007
- Dimitri, M. 1987. Enciclopedia Argentina de Agricultura y Jardinería. Tomo I. Descripción de plantas cultivadas. Editorial ACME S.a.C.I., Buenos Aires.
- Fay, M. y Chase, M. 1996. Resurrection of Themidaceae for the Brodiaea alliance, and Recircumscription of Alliaceae, Amaryllidaceae and Agapanthoideae. Taxon 45: 441-451
- Meerow, A.; Fay, M. & Chase, M. Guy, Ch. y Q-B. Li. 1999a. The New Phylogeny of the Amaryllidaceae. Herbertia 54:180-203.
- Meerow, A.; Fay, M.; Chase, M. Guy, Ch. y Q-B. Li, Zaman, F. & Chase, M. 1999. Systematics of Amaryllidaceae based on cladistic analysis of plastid rbcL and trnL-F sequence data. American Journal of Botany 86: 1325-1345.
- Meerow, A.W. 1989. Systematics and Evolution of the Stenomesseae (Amaryllidaceae). Herbertia. 45:138-151.
- Meerow, A.W. 1995. Towards a phylogeny of the Amaryllidaceae. En P. J. Rudall, P. J. Cribb, D. F. Cutler, and C. J. Humphries (editores), Monocotyledons: systematics and evolution, 169-179. Royal Botanic Gardens, Kew.
- Meerow, A.W., Guy C.L., Li Q.B., y Clayton J.R. 2002. Phylogeny of the tribe Hymenocallideae (Amaryllidaceae) based on morphology and molecular characters. Annals of the Missouri Botanical Garden, 89(3): 400-413.
- Meerow, A. W., y Clayton J. R. 2004. Generic relationships among the baccate-fruited Amaryllidaceae (tribe Haemantheae) inferred from plastid and nuclear non-coding DNA sequences. Plant Syst. Evol. 244: 141-155.
- Snijman, D. A. and H. P. Linder. 1996. Phylogenetic relationships, seed characters, and dispersal system evolution in Amaryllideae (Amaryllidaceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 83: 362-386.