No coração do Alentejo, entre vastos montes, desenrola-se esta história. E no meio desta paisagem, encontra-se uma pequena aldeia, adquirida por uma vNo coração do Alentejo, entre vastos montes, desenrola-se esta história. E no meio desta paisagem, encontra-se uma pequena aldeia, adquirida por uma velha senhora esquecida pelo tempo, que decide transformá-la numa verdadeira Jerusalém.
É uma história que não faz grandes promessas. Após a apresentação deste pedaço do Alentejo e das suas personagens esotéricas, cujo único traço em comum é a luxúria pela jovem e inocente Aria, o interesse começa a desvanecer.
Embora a escrita seja bonita, com uma ou outra frase impactante e profunda, por trás de todas estas metáforas e recursos estilísticos, que parecem infinitos, o que resta é uma história vazia, sem substância, deixando o leitor com a sensação de que algo essencial ficou por contar.
Na verdade, uma mão cheia de nada e nem a cerveja conseguiu salvar!...more
Nem tudo o que parece é... ou será que é? Ou talvez não seja?
Confuso? Talvez... mas essa é exatamente a proposta de Mafalda Santos. O livro mergulha nNem tudo o que parece é... ou será que é? Ou talvez não seja?
Confuso? Talvez... mas essa é exatamente a proposta de Mafalda Santos. O livro mergulha no mundo das aparências, ilusões e muitas reviravoltas.
A história gira em torno do misterioso assassinato de Laura e da busca por respostas pelo detetive Lobo. No entanto, para além deste crime que impulsiona a trama, surgem outros enigmas envolvendo as personagens que vão sendo apresentadas.
O interesse cresce a cada capítulo, com um ritmo ágil que introduz novos elementos ao mistério, seja uma nova pista ou um suspeito inesperado.
O mais fascinante é que, mesmo quando achamos ter compreendido o que aconteceu, uma nova peça do quebra-cabeça surge para desestabilizar o enredo e alterar a direção da narrativa.
Não posso deixar de elogiar... É uma história complexa, inteligente, que mantém o leitor preso e com a cabeça à roda, repleta de perguntas.
Cheia de detalhes e segredos bem guardados (alguns mais perigosos que outros), a revelação acontece lentamente...
O título e a ilustração não escondem e anunciam desde logo o tom da história... um conto de fadas, cheio de magia, com um romance sáfico entre Isabel O título e a ilustração não escondem e anunciam desde logo o tom da história... um conto de fadas, cheio de magia, com um romance sáfico entre Isabel de Aragão e uma Moura Encantada.
No seu interior encontramos um retelling do milagre das rosas, mas com um toque mágico, recheado de reflexões sobre a sexualidade.
É também abordado temas como a homofobia, o sexismo, automutilação e o poder da religião como influência destes temas todos. E assim, o livro convida a ter reflexões inesperadas (e por vezes repetitivas) acerca destes temas todos.
A audácia de ser homossexual numa época onde era completamento proibido é talvez o ponto mais forte e a discutir na história e talvez o mais interessante de ser lido, acabando por ter mais destaque do que o próprio milagre das rosas.
Mas ainda assim, recomendo a quem procura um romance sáfico, num mundo mágico. Onde há magia para explorar, um romance para se apaixonar e um reino para conquistar e derrubar....more
Podemos brindar a este amor bonito de querer viver a vida sem preocupações?! Sem ter medo do que possam pensar?! De uma maneira leve e divertida?!
EstePodemos brindar a este amor bonito de querer viver a vida sem preocupações?! Sem ter medo do que possam pensar?! De uma maneira leve e divertida?!
Este é um livro que fala sobre viver a vida depois dos 70 anos, onde não precisamos de despedidas, de mais discursos (e gestos) grandiosos. Precisamos, sim, de uma ode à celebração, de não ter medo da morte e de viver sem limites!
É sobre sexo, é sobre sentir-se vivo depois de tantos anos preso. Uma narrativa que conversa muito bem com o leitor e que procura mostrar que devemos viver a vida sem arrependimentos.
Há caminhos na vida que são longos, ingratos e tristes... mas, ao mesmo tempo, belos.
Esta é uma história de melancolia, uma narrativa que, apesar de tHá caminhos na vida que são longos, ingratos e tristes... mas, ao mesmo tempo, belos.
Esta é uma história de melancolia, uma narrativa que, apesar de triste, é bela e que nos prende, revelando-se (im)perfeita.
Ana Luís, uma personagem que cresceu sem a presença do pai, vive em busca constante de amor, carinho e respostas. Ela é uma figura que se sente sufocada, em conflito constante com o seu interior. Esta é a sua história — uma jornada de libertação dos seus fantasmas.
Todos estes conflitos e dúvidas interiores convergem no final. Percebemos que nada acontece por acaso — mesmo que essa percepção seja fácil de deduzir nas primeiras páginas.
Nascemos para viver de verdades, e esta é a verdade dela. Uma história em busca da verdade, de um lugar, sobre o amor entre avós, mães, filhas e netas...
Os trinta... São eles um bicho-de-sete-cabeças difícil de enfrentar, mas basta ter amigos por perto e jantares introspectivos e talvez tudo se resolvaOs trinta... São eles um bicho-de-sete-cabeças difícil de enfrentar, mas basta ter amigos por perto e jantares introspectivos e talvez tudo se resolva.
Porque afinal de contas, "os trinta são os novos vinte", um pequeno número imposto pela sociedade, um número que acrescenta algumas rugas e uma liberdade de dizer o que vier à cabeça, sem preocupações.
Está nas nossas mãos de celebrar os trinta, mesmo quando a vida não corre como planeamos, mesmo com as desilusões e as ilusões que vamos criando ao longo da vida ( e que não são correspondedidas).... E celebrar com o bom que a vida traz e o que poderá trazer.
Por isso, não fujam dos trinta, é libertador e o Filipe, a Joana e a Maria começam a perceber isso, bem no auge nos seus trinta....more
Uma ode às mulheres... Que saem dos seus casulos e que se tornam borboletas! Que saem dos seus ninhos e que aprendem a voar!
É nitidamente um livro que Uma ode às mulheres... Que saem dos seus casulos e que se tornam borboletas! Que saem dos seus ninhos e que aprendem a voar!
É nitidamente um livro que acrescenta revestimento aos autores portugueses e demonstra que também se contam boas histórias por cá!
Uma história que remexe na memória das personagens, onde vamos viajando de trás para a frente e de frente para trás ao longo da narrativa.
Que mostra a força e o poder da mulher — muito piegas, bem sei — mas muito verdadeiro.
Para mim, foi uma surpresa muito boa! E mais não conto, porque tenho vertigens com tantos sentimentos que o livro causou em mim!...more
Este livro é sobre diálogos, sobre relações atribuladas e condenadas.
Uma história que é triste e ao mesmo tempo acolhedora, porque é fácil criar uma Este livro é sobre diálogos, sobre relações atribuladas e condenadas.
Uma história que é triste e ao mesmo tempo acolhedora, porque é fácil criar uma identificação com as personagens que Filipa Fonseca Silva criou, quer pelas melhores ou piores razões, em cada medo, cada dúvida, cada tristeza em cada frustração.
A verdade é que é um livro que nos deixa apaixonar pela simplicidade da vida, que nos faz apegar pelos problemas similares aos nossos, pois é facil identificarmo-nos com algumas situações... quer dramáticas, engraçadas e comuns, que o casal vai descascando ao longo das horas preso a num elevador.
É um livro tão leve, que nem dei com o passar das páginas, mas mesmo assim não tira o brilho que este livro é.
Afinal...
...este casal preso no elevador pode ser qualquer um de nós....more
É inegável que as histórias contadas no passado, trazem (de alguma forma) uma certa nostalgia, onde as memórias das personagens é nada mais, nada menoÉ inegável que as histórias contadas no passado, trazem (de alguma forma) uma certa nostalgia, onde as memórias das personagens é nada mais, nada menos que uma fina camada a ser reaberta e explorada.
"Onde Cantam os Grilos", entrega uma narrativa cativante, com personagens extremamente carismáticas e que conseguem facilmente conquistar a afeição por parte do leitor.
A história conta o dia-a-dia de "Formiga", um pequeno menino que foi encontrado ainda bebé à entrada da casa da agitata e intrigante família Vaz.
Conforme o desenrolar da história, vamos recebendo pequenos segredos e agouros de um terrível desfecho. No final, surpreendeu-me pela positiva, é uma história encantadora e trágica ao mesmo tempo. Escrita de uma forma tão bela e poética. Embora tenha uma narrativa muito lenta, pois esta exige que seja saboreada e absorvida com calma e tempo.
Uma história que pega emprestado expressões populares, que traz-nos uma família tipicamente portuguesa, contada pelos olhos de um menino, carinhosamente chamado de "Formiga" e que é capaz de roubar o nosso coração com as suas traquinices e a sua enorme curiosidade....more
Histórias com mistérios por desvendar nunca são simples. Conforme vamos avançando ao longo da história, percebemos que, muitas das vezes, as razões esHistórias com mistérios por desvendar nunca são simples. Conforme vamos avançando ao longo da história, percebemos que, muitas das vezes, as razões estão entrelaçadas entre tantas personagens e nada é em vão e nada é ao acaso.
Às vezes a culpa está num outro lado, numa outra personagem e numa outra perspectiva, numa outra casa. Motivos há muitos, dos mais triviais aos mais complexos, Pode ser paixão, pode ser vingança, pode ser por desespero, pode ser por tudo ou por nada.
Aqui, deixo o convite para conhecerem a velha vila, quase esquecida, Mont-o-Ver. Cheia de magia, recheada de personagens com os seus mistérios, os seus segredos e os seus motivos para estarem por de trás de um terrível incêndio e de uma terrível morte.
Uma história que não conclui muito bem todos os destinos que apresenta, mas que abre possibilidades para um futuro de uma vila recheada de misticismo e carisma. E quem sabe de uma revisita, por todas as suas ruas e flores.
Mas, se não ficarmos satisfeitos com as respostas, ficaremos deslumbrados com a escrita doce, inocente de Maria Isaac. "O que dizer das Flores", é sobre deixar-se levar pelas suas personagens e os seus dia-a dia, esquecer o mundo lá fora e ficar e apenas acreditar, que há uma vila (pequenina e perdida por aí) à espera de ser descoberta e relembrada....more
Contos de Fadas para Millenials. é, na verdade, fruto de seu próprio tempo e contexto histórico/social e é assim que esta obra deve ser absorvida. TenContos de Fadas para Millenials. é, na verdade, fruto de seu próprio tempo e contexto histórico/social e é assim que esta obra deve ser absorvida. Tendo o objectivo de recontar os contos de fadas que tão bem conhecemos num tom satírico
Branca de Neve, Capuchinho vermelho e Patinho Feio (talvez a minha história preferida desta coletânea ) são três, de doze contos, que foram explorados. E, para mim, os melhores. Pois as ideias preconceituosas que estão presentes nos antigos contos de fadas são bem retratadas e criticadas.
Embora todos os contos tenham as suas críticas e há uma dedicação em trazer novos elementos e novos pontos de vista (como três porquinhos que gerenciam uma loja de imobiliário, uma família de três ursos que têm um restaurante de papas de aveia, uma Capuchinho vermelho que faz entregas de comida por toda a floresta ou até mesmo uma princesa que tem um perfil numa aplicação para encontros com sapos), a roupagem que o autor concede fica muito a desejar, deixando-me desiludido ao virar das páginas.
É um livro que tenta ter a sua graça e que tenta aproximar-se da realidade e da faixa etária ao qual se propõe com uma lingua mordaz e atual. Mas que é extremamente fraco e inconsistente, deixando a ideia de uma narrativa divertida e de uma leitura leve, aquém da expectativa......more
Tirando a quantidade absurda de asneiras e as inumeras partes de sexo, que por vezes são desnecessáriEu não diria que este foi um livro mau... bem ...
Tirando a quantidade absurda de asneiras e as inumeras partes de sexo, que por vezes são desnecessárias e que dão uma sensação de encher a linguiça...
Tirando as personagens pouco coerentes, aborrecidas e desgraciosas (como um príncipe mal educado, presunçoso, possessivo e ciumento, em contraste com uma princesa submissa). Que vivem numa relação tóxica e sem nexo nenhum...
Tirando uma sociedade pouco desenvolvida e desinteressante com um plot muito fácil de decifrar, e claro, com situações muito convenientes para o desenvolvimento da história...
... Tirando tudo isto, é um livro leve e fácil de ler, mas a sensação que fica é a de; “tanta coisa para isto?!” Agora é esperar a continuação da história... mas se isso não acontecer, é perfeitamente compreensível , uma vez que o livro talvez seja mesmo mau......more
Deve Ser Primavera Algures é, acima de tudo, um livro denso e intenso, e essa profundidade está claramente refletida no percurso e no crescimento das Deve Ser Primavera Algures é, acima de tudo, um livro denso e intenso, e essa profundidade está claramente refletida no percurso e no crescimento das suas personagens.
Joaninha, o seu irmão e a sua mãe são os protagonistas desta narrativa, que nos mergulha numa realidade brutal, desprovida de sonhos e marcada pela miséria, violência, álcool e vícios.
Apesar da capa inofensiva e do título atraente, Deve Ser Primavera Algures surpreendeu-me profundamente de forma positiva.
A escrita de Pedro Rodrigues é poética e, por vezes, crua, oferecendo um retrato ao mesmo tempo belo e doloroso de uma família à procura de afeto e amor, lutando contra o vazio e um futuro incerto....more
Na onda dos retellings, chega uma Alice que em vez de cair num País das Maravilhas, cai num País, ou melhor numa Lisboa e numa Coimbra reinventada (e Na onda dos retellings, chega uma Alice que em vez de cair num País das Maravilhas, cai num País, ou melhor numa Lisboa e numa Coimbra reinventada (e inspirada) pelo pai do teatro português, o ilustre Gil Vicente.
Uma obra que a meu ver não faz justiça ao grande nome e legado que Gil Vicente nos deixou.
A decepção começa quando Alice vai parar ao País de Gil Vicente e a história começa a desenrolar. Pois é um tanto apressada e por causa disso não deu tempo (nem espaço) para explorar e profundar as personagens principais.
Então, foi difícil apegar-me à história e às suas personagens. Já para não falar que muitas das personagens secundárias apresentadas, são breves e servem só para introduzir um ou outro diálogo da obra original de Gil Vicente.
Foi, na verdade, um livro muito decepcionante, muito por conta da maior parte dos acontecimentos não fazerem sentido algum para o desenvolvimento da história apresentada, ou pelo menos prometida.
No fim, Alice no País de Gil Vicente não foi necessariamente original, tanto quanto gostaria. Houve momentos divertidos, toneladas de boas referencias, sim. Mas sempre com uma sensação agridoce. O que deixa pena, pois havia tanto espaço para surpreender, uma vez que o País de Gil Vicente é tão rico tanto quanto ao das Maravilha...more
Meu estômago está contorcido, preciso de escrever qualquer coisa, qualquer coisa deve servir, certo? qualquer coisa que marque este mo— va, inspira —
Meu estômago está contorcido, preciso de escrever qualquer coisa, qualquer coisa deve servir, certo? qualquer coisa que marque este momento, que exprime estes calafrios que estou a sentir após estas ultimas páginas, qualquer coisa ... que transmite o pulsar do meu sangue, o bater frenético do meu coração ... que história!
Conheço este livrinho desde os meus dezoito anos, e nestas semanas, após seis anos, tive a oportunidade de ter o livro nas minhas mãos. (E) talvez ... (talvez!) foi o momento certo para o ler, talvez não tenha maturidade suficiente para assimilar tudo o que o livro transmite, talvez volte a ler e talvez veja o livro noutra preservativa diferente ... embora no meio de tantos "talvez", tenho uma certeza, certeza essa que fecho este livro com o coração das mãos e uma estima tão grande por um ratinho (ratazana) que para mim é "luz"
"A obra fica para sempre. E os nomes também ficam para sempre." -pag. 200
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