A bestseller in France following its publication in 1999, Insult and the Making of the Gay Self is an extraordinary set of reflections on “the gay question” by Didier Eribon, one of France’s foremost public intellectuals. Known internationally as the author of a pathbreaking biography of Michel Foucault, Eribon is a leading voice in French gay studies. In explorations of gay subjectivity as it is lived now and as it has been expressed in literary history and in the life and work of Foucault, Eribon argues that gay male politics, social life, and culture are transformative responses to an oppressive social order. Bringing together the work of Jean-Paul Sartre, Pierre Bourdieu, Judith Butler, and Erving Goffman, he contends that gay culture and political movements flow from the need to overcome a world of insult in the process of creating gay selves. Eribon describes the emergence of homosexual literature in Britain and France at the turn of the last century and traces this new gay discourse from Oscar Wilde and the literary circles of late-Victorian Oxford to André Gide and Marcel Proust. He asserts that Foucault should be placed in a long line of authors—including Wilde, Gide, and Proust—who from the nineteenth century onward have tried to create spaces in which to resist subjection and reformulate oneself. Drawing on his unrivaled knowledge of Foucault’s oeuvre, Eribon presents a masterful new interpretation of Foucault. He calls attention to a particular passage from Madness and Civilization that has never been translated into English. Written some fifteen years before The History of Sexuality , this passage seems to contradict Foucault’s famous idea that homosexuality was a late-nineteenth-century construction. Including an argument for the use of Hannah Arendt’s thought in gay rights advocacy, Insult and the Making of the Gay Self is an impassioned call for critical, active engagement with the question of how gay life is shaped both from without and within.
Je suis un peu embêté au moment de refermer ce livre et d'en parler.
J'ai beaucoup aimé les deux premières parties. La première, sur l'injure comme cause et ciment de l'identité gay, est claire et convaincante. La deuxième, sur l'histoire de l'homosexualité dans la littérature, à travers notamment les figures d'Oscar Wilde, de Marcel Proust et d'André Gide, est peut-être un peu plus verbeuse mais reste intéressante.
Par contre, j'ai totalement décroché dans la troisième partie, consacrée à l'oeuvre de Michel Foucault. Peut-être aurait-il fallu que je sois initié au préalable aux travaux du philosophe, toujours est-il que j'ai trouvé cette partie moins accessible. J'ai donc survolé les derniers chapitres, à regret.
Depois de ler Retorno a Reims de Eribon, tomei interesse por sua obra mais teórica, empreendida antes da escrita daquela quase-autobiografia. Publicadas em português e disponíveis para venda na Amazon, encontrei apenas estas Reflexões Sobre a Questão Gay (há ainda uma publicação da biografia de Michel Foucault editada pela Cia. das Letras - que só encontrei na Estante Virtual - e um livro de entrevista entre Eribon e Levi Strauss - também disponível apenas na Estante Virtual, já que sua edição é da Cosac Naify). As Reflexões de Eribon são ótimas. Dividindo o livro em três partes, Eribon faz um passeio pelo papel da injúria na constituição da personalidade da pessoa gay (por isso o título dado em inglês - "Insult: the making of the gay self"); pelo pensamento dos primeiros teóricos de uma cultura gay na Europa (Wilde, Proust, Gide, Pater e Symonds); e por fim pelos fatores que levaram Michel Foucault à escrita de sua História da Sexualidade, bem como os caminhos pelos quais o pensamento de Foucault se enveredou após a escrita deste texto (por fim há ainda um apêndice curto analisando a obra de Hannah Arendt e sua conexão com o movimento gay). Apesar da aparente distância entre os três temas, creio que Eribon consegue costurar de maneira efetiva suas considerações criando uma linha que leva de um tópico a outro - bem amarrado ao final, quando o autor apresenta as ideias de Foucault sobre a construção de uma "cultura gay" e as observações de Hannah Arendt sobre os grupos difamados. (Destaco aqui que diversos tópicos, tanto do pensamento de Foucault [sobre um suposto interdito às amizades masculinas] quanto do de Arendt [so papel do filósofo ou mesmo do direito/constituição para determinar quais deveriam ser a prioridades de um movimento social], me pareceram incompletos [no mínimo] ou mal informados - isso não é demérito para o livro de Eribon, que de fato aponta todas essas deficiências). Particularmente acredito que os tópicos iniciais (acerca da injúria) e finais (acerca do pensamento de Foucault) possam interessar um público maior do que os tópicos centrais (sobre o início de uma cultura gay no início do século XX-final do século XIX). Isso porque, os tópicos empreendidos no centro do livro (na parte "Espectros de Wilde") me pareceram um tanto europeizados, distantes das realidades do início de culturas gays para além daquele círculo europeu-intelectualizado que o autor estuda. Isso, mais uma vez não prejudica o livro, é apenas aquilo que o autor propõe. Mas vejo vantagem em pensamentos mais decoloniais da construção de uma identidade gay. Apesar de ver a linha construtiva de Eribon como um ótimo argumento em favor do livro, e de entender a necessidade de sua construção - acredito que o argumento poderia inclusive se beneficiar da divisão das três partes em três livros distintos. O primeiro como tópico para uma auto-reflexão e/ou reflexão de grupo - Um Mundo de Injúrias. O segundo como tópico para estudiosos da cultura gay europeia - Espectros de Wilde. E o terceiro como tópico para acompanhamento de qualquer leitura que deseje ser completa da História da Sexualidade de Foucault - As Heterotopias de Michel Foucault. (Esta terceira parte me pareceu fundamental para jogar nova luz na leitura que fiz de Foucault, para compreender seu ponto de vista acerca da sexualidade e para situar a obra na sua biografia). Cumpre destacar aqui minha preferência, sem dúvida, pela primeira parte - Um Mundo de Injúrias - e sua capacidade que me pareceu inovadora (pelo menos para mim e pelo menos para a época) e universal de contextualizar a existência gay dentro de um embate com a injúria, com o insulto, com o chiste. Embate interno e externo que se relaciona diretamente com um momento de saída do armário, um momento de coming out (ou momentos de coming out) em que a pessoa gay toma as rédeas de sua própria narrativa para abandonar o local de coisa que lhe é relegado pela cultura heteronormativa. ("Assim, o insulto e seus efeitos não se limitam a definir um horizonte exterior. O insulto também cria um foco interior de contradições, no qual, se inscrevem as dificuldades encontras por um gay antes de poder se assumir, isto é, aceitar identificar-se ou ser identificado com outros gays."- p. 89. Ou ainda, sobre o coming out: "Assim, o indivíduo que era 'objeto do olhar' é transformado em 'objeto pelo olhar' do outro, isto é, estigmatizado, reduzido ao silêncio ou à vergonha pela injúria, pela dissimetria que atribui um lugar desvalorizado à homossexualidade, pode, em contrapartida, decidir ser aquilo que esse 'olhar' fez dele. Pode escolher identificar-se com a identidade que lhe é atribuída. E, portanto, ultrapassá-la, reinterpretá-la, transformá-la. Não mais aceitar que o sentido dela seja dado do exterior, mas retomá-lo do interior. Fazer dela sua coisa, ou antes, ao contrário, arrancá-la à coisidade, à reificação, para fazer dela sua liberdade. 'Arrancar desse olhar o seu poder constituinte', diz Sartre, e retomar o poder de constituir a si mesmo como um movimento da própria liberdade. É o sentido da famosa frase frequentemente citada: 'O que importa não é o que fazem conosco, mas o que nós mesmos fazemos com aqueli que fazem de nós'." - p. 135). Enfim, Reflexões... é um excelente livro. Serve de base para diálogos diversos sobre a identidade gay e seu relacionamento com a construção de um mundo por vir, além de se apresentar como um excelente referencial teórico para discussões acerca de temas diversos que perpassam as existências gays até hoje. A escrita de Eribon não destoa de Retorno a Reims e mais uma vez é fluida e bem organizada (veja-se os trechos citados acima). Posso dizer que, um livro que me inspirou a escrita dessa review (tão longa) vale a leitura.
3,5. A pesar de ser algo repetitivo (se trata de una recopilación de artículos y reseñas), me ha parecido un buen primer contacto con Eribon y sus ideas.
The theme of friendship returns as a constant preoccupation throughout the interviews Foucault gives at the beginning of the 1980s: "One thing that interests me now is the problem of friendship," he states in 1982 in the interview "Sex, Power, and the Politics of Identity." He remarks once again in this extremely important text that "for centuries after antiquity, friendship was a very important kind of social relation: a social relation within which people had a certain freedom, a certain kind of choice (limited of course), as well as very intense emotional relations. There were also economic and social implications to these relationships-they were obliged to help their friends". This type of friendship, Foucault adds, disappeared in the sixteenth and seventeenth centuries, "at least in the male society." At that same moment, certain authors began to critique friendship as "dangerous." Foucault offers the following hypothesis: Homosexuality became a problem-that is, sex between men became a problem-in the eighteenth century. We see the rise of it as a problem with the police, within the justice system, and so on. I think the reason it appears as a problem, as a social issue, at this time is that friendship had disappeared. As long as friendship was something important, was socially accepted, nobody realized men had sex together. You couldn't say that men didn't have sex together-it just didn't matter. It had no social implication, it was culturally accepted. . . . Once friendship disappeared as a culturally accepted relation, the issue arose: "What is going on between men?" And that's when the problem appears. . . . The disappearance of friendship as a social relation and the declaration of homosexuality as a social/political/medical problem are the same process. That explains why Foucault asserts that having undertaken to write the history of sexuality, "now we should study the history of friendship, or friendships"
A gay reference book. As far as I understand, the original title is a reference to Sartre's lecture "Reflections on the Jewish Question". The book is composed of four main parts: 1) Daily practices and adverse consequences of homophobic insult 2) Contextualizing homophobia concerning the cases of Oscar Wilde and Andre Gide and Marcel Proust (the moderns and their sometimes opposing attempts to formulate homosexuality). This part is very accessible. Some ideas (which I may summarize as "the impossibility of homophobia" since each homophobic disclosure works for the representation and visibility of the homosexuals is mind-blowing) 3) Foucault and how he deals with/suffers from his homosexuality and how he uses his homosexuality as a tool to shape his theory, e.g. focusing on sanity (reason) vs. madness (unreason). 4) Hannah Arendt and using her theory of Jewishness to understand gayness.
I loved the book, although it took months to finish it. It contains some inspiring insights and lots of historical information.
Excelente ensayo que como su título indica gira en torno a lo gay, cómo se crea esta categoría y otras a ellas (aunque centrado en la homosexualidad masculina hace hincapié en que muchas de las reflexiones pueden aplicarse a la homosexualidad femenina). A través de un repaso de las obras de Pater, Wilde, Gide, Proust, de Foucault se analiza cómo el último siglo y medio se conformó una consciencia de la alteridad que produce el no pertenecer al grupo dominante a consecuencia de la propia sexualidad y cómo estos autores trataron de integrar en su obra y reflexionar en torno a esta situación; a veces invocando los modelos griegos como épocas de oro de este deseo, a veces asimilando e incorporando las teorías psiquiátricas que fueron surgiendo (Eribon analiza también cómo la psiquiatría se desarrolló en dos aspectos, uno para defender el propio deseo y desestimagtizarlo y otro con el objeto de considerarlo una distorsión de la psique). A partir de la idea de la injuria (que antecede al homosexual a quien va dirigida pero también a quien la dirige) es que Eribon analiza la tensa relación entre un deseo homosexual y cómo la sociedad que injuria obliga al individuo a asumir un punto entre ocultar su deseo (siempre temeroso de ser injuriado con todo) o asumir su deseo (a pesar de la injuria, para desmantelar la injuria). Un libro que ayuda a entender la arqueología del término homosexual, aunque este no sea el objeto del ensayo y la forma en que el deseo de hombres hacia otros hombres han negociado su identidad a partir de él.
J'ai beaucoup aimé les deux premières partie, la première s'attachant à théoriser et définir une "identité gay". L'auteur est compréhensible, utilise des exemples parlant, arrivent vraiment à me captiver à me faire comprendre son point de vue.
La deuxième partie qui prend comme point de départ le procès d'Oscar Wilde pour homosexualité est un peu plus nébuleuse mais très intéressante d'un point de vue contextuel et historique.
Par contre je ne suis pas allé au bout de la partie parlant de Foucault tout simplement car je n'ai pas les capacités intellectuelles et les références pour tout comprendre.
Good book but part 1 was much better than 2 and 3. May be a little bit dated as well with its treatment of trans rights and identity. He’s certainly not transphobic but it’s clearly in its 1999 context of understanding.