Křižáček

Poesia cinematográfica com uma bela composição 4:3 (que tem apenas o inevitável na imagem), inserções criativas de realização (o uso do som duma janela a bater) e uma conclusão ambígua que deixa o espetador a pensar. Uma narrativa lenta, longa, mas harmoniosa e compacta. Exclusivamente para os espetadores mais exigentes, para aqueles que gostam de Tarkovsky ou Tarr. P.S.: Porque não optaram pela fotografia a preto e branco? O espetador médio não irá vê-lo de qualquer forma, e ao brincar com a luz e as sombras poderia ter atingido o alvo com mais força ainda. (07/08/2017)

Do ponto de vista de uma tentativa de um fresco de filme de arte meditativo, cuja história é mais uma parábola sobre a responsabilidade parental, Little Crusader é incomparável com os estandartes checos. No entanto, como filme, tem a oportunidade de impressionar apenas através do seu visual, talvez da câmara e do desempenho de Roden, cujo personagem de um pai à procura do seu filho perde a cabeça no decurso do filme, e isso é tudo. De facto, o seu enredo simples e desesperadamente vazio em pensamento e conteúdo, inspirado no poema épico de Jaroslav Vrchlický, é tão terrivelmente prolongado, e as suas cenas tão excessivamente compridas, que é simplesmente impossível não se aborrecer. Esticar o material para uma meia hora a uma duração três vezes mais longa não é um bom caminho, porque a arte de fazer filmes não reside automaticamente na capacidade dos cineastas de filmar o levantar e baixar de uma ponte basculante de modo que demore três minutos no filme. Com dois terços do filme compostos por tomadas de Roden de cara triste montado a cavalo e o resto realizado por crianças com ramos de palmeira, resta apenas a obrigação do espetador de interpretar o que vê no ecrã e de procurar significados diversos. Os diálogos são, evidentemente, escassos, porque este road-movie de cruzada íntimo era destinado a ser contado principalmente através de imagens, porém não resultou nada de especial. (11/07/2017)

There was only one Vláčil, this doesn't even come close. It's not a pose to say that I really like slow-moving films with an emphasis on atmosphere, but this one wasn't atmospherically slow, just annoyingly slow, and in the first half it was visually like a production of the Brno Czech Television Studios, full of static declaiming dummies. Just the kind of post-revolutionary pseudo-art by a fresh FAMU graduate who thinks he’s the shit :o) (21/07/2018)

The comparison of film to Plato’s Cave is quite fitting, but in the case of Little Crusader, it’s appropriate in the sense that the shadows come to life thanks to the fact that the audience itself is projected into them. Those who connect with their own parental anxieties at the beginning are ahead of the game. For others, the fundamental obstacle is the absolute vapidity of the characters and the lack of any tension that would spark viewers’ attention as in other, similarly stylised films. However, Kadrnka and co. placed in front of viewers several obstacles that can draw their interest to somewhere completely different. In practice, the film is rather more reminiscent of a happening, where it soon becomes more interesting and entertaining to not watch the screen, but to observe the screening room or try to tune in to the film and watch it only as a mechanical form. Little Crusader is not a flawless film, but it is good that it was made and that it got the grand prize at the Karlovy Vary International Film Festival. It invites us to recall the fundamental argument of the heated debates around genre production in Germany: Is it okay when ten imperfect genre films are made instead of a single excellent one? Yes, because cinema is not a collection of isolated exceptional works, but an entire interconnected world whose inhabitants stimulate each other. (14/07/2017)

The Little Crusader delivered what I expected. It satisfied me visually. And it brought a bit of the Middle Ages into Czech film, which never hurts. It’s just a pity that it was made in such an artsy way as in this movie. It is obvious that the ordinary consumerist audience will not be able to appreciate the Little Crusader’s approach. Slow pace of the narration, static shots, zero storyline… we get all of that in the Little Crusader. Despite that I still took a certain liking to it; perhaps it was the connection of the atmosphere and the music, which made me keep watching it and wait where next the creators will take me in Medieval Europe. (20/07/2018)