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Drusos

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Drusos
درزي
דרוזים
Bandeira drusa
Família druza fazendo pão na palestina em 1920
População total

Entre 800 000[1][2][3] e 2 000 000(est.)[4]

Regiões com população significativa
Síria Síria 600 000 [5][6]
 Líbano 250 000 [7]
 Israel 143 000 [8]
 Venezuela 60 000 [9][10]
 Estados Unidos 50 000 [11][10]
 Canadá 25 000 [12]
 Jordânia 20 000 [13]
 Austrália 20 000 [14]
 Alemanha 10 000 [15]
Línguas

Árabe (nativo)
Língua hebraica (em Israel)
Espanhol (na Venezuela e Colômbia)

Inglês (nos Estados Unidos, Canadá e Austrália)
Religiões
Druzismo
Etnia
Levantinos

Os drusos (em árabe: درزي, pl. دروز, transl. darazī, pl. durūz; em hebraico: דרוזים‎, transl. druzim) são um grupo etnorreligioso[16] que reside sobretudo no Líbano, em Israel, na Síria, na Turquia e na Jordânia (pequenas comunidades expatriadas existem ainda nos Estados Unidos, no Canadá, na América Latina, na Austrália e na Europa). Eles usam a língua árabe e seguem um modelo social muito semelhante ao dos árabes da região. Geralmente, não se consideram muçulmanos, apesar de alguns declararem que a sua religião é o islamismo.[17][18][19]

A maioria deles, inclusive os drusos de Israel, considera-se etnicamente árabe. Em 2017, uma pesquisa do Pew Research Center revelou que a maior parte da população drusa do país identificava-se como árabe.[20] Israel tem a terceira maior população drusa do mundo, depois da Síria e do Líbano.[21][22] Os dados da pesquisa mostraram que, quanto à religião, a maioria se declara drusa; cultural e etnicamente, considera-se árabe; e, quanto à cidadania, declara-se israelense, ainda que uma pequena minoria se identifique como palestina, à diferença do que ocorre com os cidadãos árabes de Israel, que se identificam predominantemente como palestinos.[23]

Existem cerca de um milhão de drusos em todo o mundo, a maioria dos quais vivendo no Médio Oriente.

Xeque (ʻUqqāl) druso com vestes religiosas

Os drusos intitulam-se em árabe como Ahl al-Tawhid, "o povo do monoteísmo". A origem do nome druso é debatida, mas costuma ser ligada com Adarazi, pregador ismailita do século XI, embora os próprios drusos o considerem como um herético.

Estimativas atuais colocam o tamanho da população drusa entre 800 000[24][25][26] e 2 milhões de pessoas.[27]

A religião desenvolveu-se a partir do Islão ismaelita, um movimento filosófico baseado no Califado Fatímida, no século X, numa época de particular riqueza cultural. A religião não tentou reformar o Islão, mas criar um novo corpo religioso, influenciado pela filosofia grega, a gnose e o cristianismo, entre outros.

Estrela drusa

Os principais actores foram Aláqueme Biamir Alá, o califa que clamou ser Deus, e Hâmeza ibne Ali ibne Amade, o principal líder do movimento. Foi Hâmeza que proclamou publicamente, pela primeira vez, que Aláqueme era Deus. Aláqueme enfrentou a oposição dos muçulmanos ortodoxos por aquilo que eles consideraram como apostasia e foi desdenhado pela sua violência extrema, ao perseguir minorias religiosas (tais como os cristãos). Em 1010, Aláqueme destruiu a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Porque os drusos consideram Aláqueme como a encarnação de Deus, foram perseguidos pelos muçulmanos radicais, em especial depois da morte de Aláqueme, em 1021. Os drusos usaram então a taqiyya ("dissimulação"), mantendo a sua verdadeira crença em segredo e aceitando formalmente a religião dominante. Os drusos acreditam que Aláqueme desapareceu e irá regressar no final dos tempos.

Os drusos tiveram um papel importante na história do Levante. Eles estavam espalhados pelo monte Líbano, que era conhecido como a montanha dos Drusos e, mais tarde, no igualmente chamado monte dos Drusos (Jabal Alduruz; em árabe: جبل الدروز‎ ou ainda, Jabal Alárabe), na Síria.

Os drusos também tiveram um papel importante na Guerra Civil Libanesa (1975–1990). Organizaram uma milícia, provavelmente a mais forte da guerra no Líbano, sob o comando de Walid Jumblatt, filho de Kamal Jumblatt — em oposição à milícia cristã maronita falangista de Bachir Gemayel. Eles estavam baseados na área do monte Líbano, especialmente na região do Shouf.

A concepção drusa de deidade é descrita como uma estrita e inflexível unidade. A principal doutrina drusa afirma que Deus é transcendente e imanente, no qual ele está acima de todos os atributos, mas, ao mesmo tempo, está presente.[28]

Com seu âmbito de manter a unidade de Deus, tiraram dele todos seus atributos (tanzih). Em Deus, não haveriam nenhum atributo distintos de sua essência. Ele é sábio, poderoso e justo não por sua sabedoria, poder e justiça, mas por sua própria essência. Deus é "tudo da existência" ao invés de "acima da existência" ou "seu trono", que fazem Dele "limitado". Não há "como", "quando" ou "como sobre ele"; ele é incognoscível.[29]

Em seu dogma, são muito similares ao corpo semi-religioso e semi-filosófico que floresceu sob Almamune conhecidos como mutzalismo e a Ordem Fraternal dos Irmãos da Pureza (Ikhwan al-Ṣafa).[30]

Diferentemente do Mutzalismo e outros ramos similares da Tawasuf, os druzos acreditam no conceito de Tajalli (teofania).[29] Tajalli é comumente mal interpretado por acadêmicos e escritores e confundido com o conceito de encarnação.

[Encarnação] é a crença espiritual central nos drusos e em algumas outras tradições intelectuais e espirituais […] Em um sentido místico, refere-se à luz de Deus experimentada por certos místicos que alcançaram um alto nível de pureza em sua jornada espiritual. Assim, Deus é percebido como o Lahut [o divino] que manifesta Sua Luz na Estação (Maqaam) do Nasut [reino material] sem que o Nasut se torne Lahut. Isso é como a imagem de alguém no espelho: alguém está no espelho, mas não se torna o espelho. Os manuscritos drusos são enfáticos e alertam contra a crença de que o Nasut é Deus […] Ignorando este aviso, indivíduos buscadores, estudiosos e outros espectadores consideraram al-Hakim e outras figuras divinas […] Na visão escritural drusa, Tajalli assume um papel central. Um autor comenta que Tajalli ocorre quando a humanidade do buscador é aniquilada para que atributos divinos e luz sejam experimentados pela pessoa.

As escrituras sagradas dos drusos incluem o Corão e as Epístolas de Sabedoria. Outros textos drusos antigos incluem o Rasa'il al-Hind (Epístolas da Índia) e muitos os antigos manuscritos perdidos (ou escondidos) como al-Munfarid bi-Dhatihi e al-Sharia al-Ruhaniyya, assim como outros textos instrutivos e tratados acerca de polêmicas.

Reencarnação

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Reencarnação é um parâmetro principal na fé drusa. Segundo a fé, a reencarnação ocorre instantaneamente após a morte de alguém, pois existe uma eterna dualidade entre o corpo e a alma, sendo impossível haver uma alma sem corpo. Diferentemente do Budismo, do Hinduísmo e do Neoplatonismo, na fé drusa, a alma humana só é compatível com um corpo humano, não havendo a possibilidade de reencarnação em outro tipo de ser. E, além disso, uma "alma macho" só pode reencarnar em um humano macho, e uma "alma fêmea" só pode reencarnar em um humano fêmea. E para mais longe ainda, um druso só pode reencarnar num corpo druso.

Referências

  1. Carl Skutsch (7 de novembro de 2013). Skutsch, Carl, ed. Encyclopedia of the World's Minorities. [S.l.]: Routledge. p. 410. ISBN 978-1-135-19388-1. Total Population: 800,000 
  2. Robert Brenton Betts (1 de janeiro de 1990). The Druze illustrated, reprint, revised ed. [S.l.]: Yale University Press. p. 55. ISBN 978-0-300-04810-0. The total population of Druze throughout the world probably approaches one million. 
  3. Donna Marsh (11 de maio de 2015). Doing Business in the Middle East: A cultural and practical guide for all Business Professionals revised ed. [S.l.]: Hachette UK. ISBN 978-1-4721-3567-4. It is believed there are no more than 1 million Druze worldwide; most live in the Levant. 
  4. Samy Swayd (10 de março de 2015). Historical Dictionary of the Druzes 2 ed. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 3. ISBN 978-1-4422-4617-1. The Druze world population at present is perhaps nearing two million; ... 
  5. «Syria região map» (PNG). gulf2000.columbia.edu 
  6. Irshaid, Faisal (19 de junho de 2015). «Syria's Druze under threat as conflict spreads». BBC News 
  7. Lebanon – International Religious Freedom Report 2008 U.S. Department of State. Retrieved on 2013-06-13.
  8. «The Druze population in Israel – a collection of data on the occasion of the Prophet Shuaib holiday» (PDF). CBS – Israel. Israel Central Bureau of Statistics. 17 de abril de 2019. Consultado em 8 de maio de 2019 
  9. «Tariq Alaiseme [reportedly to be] vice-president of Venezuela» (em árabe). Aamama. 2013 : Referring governor Tareck El Aissami.
  10. a b «Sending relief--and a message of inclusion and love—to our Druze sisters and brothers» 
  11. Druze Traditions, Institute of Druze Studies, cópia arquivada em 14 de janeiro de 2009 
  12. «Dating Druze: The struggle to find love in a dwindling diaspora». www.cbc.ca. Consultado em 1 de maio de 2019 
  13. International Religious Freedom Report, US State Department, 2005 
  14. «Druze Population of Australia by Place of Usual Residence (2006)». Australian Bureau of Statistics. Consultado em 27 de julho de 2010 
  15. «Drusentum - Die geheime Religion (2020)» (em alemão). Deutschlandfunk. Consultado em 5 de janeiro de 2021 
  16. Chatty, Dawn (15 de março de 2010). Displacement and Dispossession in the Modern Middle East. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-81792-9 
  17. De McLaurin, Ronald (1979). The Political Role of Minority Groups in the Middle East. [S.l.]: Michigan University Press. p. 114. ISBN 9780030525964. Theologically, one would have to conclude that the Druze are not Muslims. They do not accept the five pillars of Islam. In place of these principles the Druze have instituted the seven precepts noted above. 
  18. «Druze in Syria». Harvard University. The Druze are an ethnoreligious group concentrated in Syria, Lebanon, and Israel with around one million adherents worldwide. The Druze follow a millenarian offshoot of Isma’ili Shi'ism. Followers emphasize Abrahamic monotheism but consider the religion as separate from Islam. 
  19. J. Stewart, Dona (2008). The Middle East Today: Political, Geographical and Cultural Perspectives. [S.l.]: Routledge. p. 33. ISBN 9781135980795. Most Druze do not consider themselves Muslim. Historically they faced much persecution and keep their religious beliefs secrets. 
  20. «Israel's Religiously Divided Society». Pew Research Center. 8 de março de 2016 
  21. Druzes, Institute of Druze Studies, cópia arquivada em 17 de junho de 2006 
  22. Dana 2003, p. 99.
  23. Nili, Shmuel (2019). The People's Duty: Collective Agency and the Morality of Public Policy. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 195. ISBN 9781108480925. Druze are Arab by language, culture, and custom... Survey data has long suggested that Israeli Druze identify themselves first and foremost identity as Druze (in terms of their religion), secondarily as Arabs (in terms of their of their culture), and thirdly as Israeli (in terms of citizenship). 
  24. Carl Skutsch (7 de novembro de 2013). Skutsch, Carl, ed. Encyclopedia of the World's Minorities. [S.l.]: Routledge. p. 410. ISBN 978-1-135-19388-1. Total Population: 800,000 
  25. Robert Brenton Betts (1 de janeiro de 1990). The Druze illustrated, reprint, revised ed. [S.l.]: Yale University Press. p. 55. ISBN 978-0-300-04810-0 
  26. Donna Marsh (11 de maio de 2015). Doing Business in the Middle East: A cultural and practical guide for all Business Professionals revised ed. [S.l.]: Hachette UK. ISBN 978-1-4721-3567-4 
  27. Samy Swayd (10 de março de 2015). Historical Dictionary of the Druzes 2 ed. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 3. ISBN 978-1-4422-4617-1 
  28. Makarem, Sami Nasib. The Druze Faith. [S.l.: s.n.] 
  29. a b Swayd, Sami. Druze Spirituality and Asceticism. [S.l.: s.n.] 
  30. Hitti, Philip Khuri (1924). Origins of the Druze People and Religion. [S.l.]: Forgotten Books. ISBN 978-1-60506-068-2 

Ligações externas

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