Linha de Braga a Chaves
Linha de Braga a Chaves | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Antiga estação de Braga | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Bitola: | Bitola estreita | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A Linha de Braga a Chaves teria sido uma ferrovia que ligaria a cidade de Braga à cidade de Chaves, em Portugal. Nas várias propostas da linha também surgiu com outras designações, tais como Linha do Alto Cávado, Linha do Gerês, Linha do Cávado-Barroso.
A linha de Braga a Chaves era uma das linhas propostas no projecto ferroviário bracarense. No entanto, ao contrário da Linha do Alto Minho e da linha de Braga a Guimarães, esta nunca recebeu o apoio do governo português. Por muitos foi vista como uma linha concorrente à linha do Tâmega/linha de Guimarães na ligação de Chaves ao litoral.
As informações relativamente a esta linha são escassas, encontrando-se registos na Gazeta dos Caminhos de Ferro e na comunicação social de Braga e Chaves. Daqui são conhecidas três propostas. A primeira propunha prolongar o Ramal de Braga, em bitola ibérica, até Chaves. Nesta proposta era ainda proposto um Ramal em Vilar de Perdizes que ligaria a Espanha, mais concretamente à Linha de Corunha a Zamora. O seu traçado até Montalegre era paralelo ao Rio Cávado. A segunda proposta propunha um trajecto semelhante, mas em Frades, Vieira do Minho, prosseguria parelelo ao rio Rabagão, não teria ligação internacional, ligava também Boticas e seria em bitola métrica. A última proposta, em bitola métrica, terminaria em Montalegre.
Se esta linha tivesse sido construida teria o Cume ferroviário de Portugal mais alto (980 m), em Meixedo, Montalegre.
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em meados do século XIX, o interior da região do Minho lutava contra grandes problemas nas suas comunicações; as vias terrestres estavam pouco desenvolvidas, e os principais eixos de transporte eram os rios, como o Cávado.[1] Neste sentido, foram feitas várias tentativas para melhorar as condições de navegabilidade daquele rio, de forma a se tornar uma via comercial até Braga, mas sem sucesso, sendo em vez disso usado o Rio Lima até ao Carregadouro, e depois de estrada até Braga; posteriormente, este percurso perdeu importância quando se construiu a estrada até ao Porto.[1]
Em 21 de Maio de 1875, o caminho de ferro chegou a Braga.[2]
Planeamento
[editar | editar código-fonte]Em 10 de Agosto de 1897, o Ministro da Fazenda, Mariano de Carvalho, apresentou um projecto de lei às Câmaras, de forma a autorizar o governo a adjudicar a construção e exploração de várias linhas, em hasta pública; entre os projectos listados para a Rede do Minho e Douro, estava uma linha de Braga a Chaves, seguindo o vale do Cávado e passando por Ruivães.[3][4] Esta linha teria um garantia de 35:000.000 réis por quilómetro, sendo por isso prejudicial à linha de Régua a Chaves, sua concorrente, que não foi contemplada com esta garantia.[5]
Fim do projecto
[editar | editar código-fonte]No Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, não foi classificada a linha de Braga a Chaves, de acordo com os relatórios das comissões consultivas, uma vez que seria em parte paralela à Linha do Ave.[6][7]
Entretanto, em Julho de 1922 foi inaugurado o troço da Linha do Corgo até Chaves.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b FERNANDES, 1995:66
- ↑ MARTINS et al, 1996:9
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 7 de Dezembro de 2016
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1204). 16 de Fevereiro de 1938. p. 86, 100. Consultado em 7 de Dezembro de 2016
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1903). «A linha da Régua a Chaves e à fronteira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (365). p. 65-67. Consultado em 7 de Dezembro de 2016
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ SOUSA, José (16 de Junho de 1935). «Caminhos de Ferro em Trás-os-Montes: o que a lei manda» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1140). pp. 262–272. Consultado em 7 de Dezembro de 2016
- ↑ MACHADO, 2000:409
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FERNANDES, Mário (1995). Viana do Castelo: A Consolidação de uma Cidade (1855-1926). Lisboa: Edições Colibri. 185 páginas. ISBN 972-8288-06-9
- GOMES, Joaquim (2002). Braga e os Caminhos-de-ferro. Braga: Gráf. do Parque de Exposições. 111 páginas. ISBN 972-95895-3-4
- MACHADO, Júlio (2000). Crónica da Vila Velha de Chaves. Chaves: Câmara Municipal de Chaves. 448 páginas
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas