Carmen Pereira
Carmen Pereira | |
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3° Presidente da Guiné-Bissau | |
Período | 14 de maio de 1984 até 16 de maio de 1984 |
Antecessor(a) | João Bernardo Vieira |
Sucessor(a) | João Bernardo Vieira |
Dados pessoais | |
Nascimento | 22 de setembro de 1936 Bissau, Guiné Portuguesa |
Morte | 4 de junho de 2016 (79 anos) Bissau Guiné-Bissau |
Profissão | Médica |
Carmen Maria de Araújo Pereira (Bissau, 22 de setembro de 1936 — 4 de junho de 2016) foi uma política da Guiné-Bissau. Foi durante três dias, em 1984, a presidente em exercício, tendo sido a primeira mulher na presidência de um país na África e a única na história da Guiné-Bissau.[1] Morreu no dia 4 de Junho 2016 em Bissau.[2]
Infância e juventude
[editar | editar código-fonte]Carmen era filha de um dos poucos advogados africanos na então Guiné Portuguesa. Casou-se jovem e tanto ela como o seu marido se envolveram na guerra da independência contra Portugal, a qual seguia a onda de 1958-61 de descolonização que tinha liberto os vizinhos do território do domínio europeu.[3]
Luta pela independência da Guiné-Bissau
[editar | editar código-fonte]O envolvimento político de Carmen Pereira começou em 1962, quando ela entrou para o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), um movimento revolucionário que buscava a independência de Portugal para as duas colônias da África Ocidental. Pereira e seu marido eram ambos ativos no partido. Em 1966, o Comitê Central do PAIGC começou a mobilizar as mulheres em pé de igualdade como os homens, e Pereira tornou-se uma líder no movimento político, e tornando-se uma das pessoas chaves na luta independentista. Embora poucas mulheres lutaram na linha de frente, o PAIGC procurou uma melhor igualdade de gênero em uma sociedade com papéis sexuais fortemente definidos. Outros líderes dessas mulheres que emergiram desse esforço no PAIGC inclui-se Teodora Gomes e Titina Silla, que foi assassinada pela forças coloniais. Nessa ambiência, Carmen Pereira tornou-se uma líder de alto escalão político e delegada na Organização Pan-africana de Mulheres na Argélia.[3] Chegou a ser obrigada a deixar o país, vivendo por um tempo em Senegal daí indo para a União Soviética estudar medicina.[4]
Cargos políticos
[editar | editar código-fonte]Mais tarde, em seu retorno à Guiné-Bissau, ela era ativa, tanto em saúde como em assuntos políticos e foi eleita para a Assembleia Popular Nacional e sendo eleita vice-presidente da Assembleia entre 1973 a 1984. De 1975 a 1980 foi presidente do Parlamento de Cabo Verde e Guiné-Bissau. De 1981 a 1983 Pereira foi ministra da Saúde e Assuntos Sociais da Guiné-Bissau.[5]
Presidente da Guiné-Bissau
[editar | editar código-fonte]Em 1984 é novamente eleita para a presidência da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, cargo que deixou em 1989 para ser membro do Conselho de Estado. Como o presidente da Assembleia Nacional, assumiu o cargo de Presidente da Guiné-Bissau no período de 14 a 16 de maio de 1984, quando uma nova constituição foi introduzida. Pereira atuou como membro do Conselho de Estado de 1989 a 1990, e foi ministra de Estado para os Assuntos Sociais, nos anos de 1990 e 1991. Por último foi Vice-Primeira-Ministra da Guiné-Bissau até 1992.[5]
Precedido por João Bernardo Vieira |
Presidente da Guiné-Bissau 1984 |
Sucedido por João Bernardo Vieira |
Referências
- ↑ «Secretaries-general of the African Independence Party of Guinea-Bissau [and to 1980 Cape Verde] (PAIGC)» (em inglês). Consultado em 16 de Abril de 2012
- ↑ Ribeiro, João Ruela. «Morreu Carmen Pereira, combatente pela independência da Guiné-Bissau». PÚBLICO. Consultado em 6 de junho de 2021
- ↑ a b Catherine Coquery-Vidrovitch (Beth Gillian Raps, Trans.). African Women: A Modern History. Westview Press (1997); ISBN 0-8133-2361-4, pp. 196-97
- ↑ Barbara Cornwall, The Bush Rebels, Barbara Cornwall, Holt, Rinehart and Winston, 1972, pp. 128-29.
- ↑ a b «Faleceu Carmen Pereira a mulher de todas as frentes». União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa. 10 de junho de 2016. Consultado em 10 de março de 2020