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'''Hamadi Jebali''' ({{Lang-ar|حمادي الجبالي}}, ''{{Transl|ar|Ḥammādī al-Jibālī}}''; 12 de janeiro de 1949) é um engenheiro [[Tunísia|tunisiano]], político e jornalista que foi [[primeiro-ministro da Tunísia]] de dezembro de 2011 a março de 2013. Ele foi o secretário-geral do [[Movimento Ennahda]], um partido islâmico na Tunísia, até deixar seu partido em dezembro de 2014, durante as eleições presidenciais de 2014.

== Início da vida e educação ==
Nascido em [[Susa (Tunísia)|Sousse]] em 1949, Jebali recebeu seu diploma de bacharel em [[engenharia mecânica]] pela Universidade de Tunis e realizou mestrado em [[Energia solar fotovoltaica|engenharia fotovoltaica]] em [[Paris]], França.<ref name="Case Info">[http://sites.nationalacademies.org/PGA/humanrights/PGA_051858 Case Information: Hamadi Jebali], Committee on Human Rights, nationalacademies.org. Retrieved on 26 October 2011.</ref><ref name="maj2012mar">{{Citar periódico |url=http://www.majalla.com/eng/print-edition-pdf/al-majalla-issue-1571.pdf |titulo=Man on a Wire |data=março de 2012 |acessodata=4 de abril de 2013 |pagina=45 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120715141031/http://www.majalla.com/eng/print-edition-pdf/al-majalla-issue-1571.pdf |arquivodata=15 de julho de 2012 |volume=1571 |periódico=The Majalla}}</ref> Como especialista em [[energia solar]] e [[Energia eólica|eólica]], fundou sua própria empresa em Sousse.<ref>{{Citation|primeiro1=Abdelaziz|último=Barrouhi|título=Hamadi Jebali: "Nous ne prétendons pas être les détenteurs de la vérité en Tunisie"|periódico=Jeune Afrique|língua=fr|data=13 de maio de 2011|url=http://www.jeuneafrique.com/Article/ARTJAJA2625p046-049.xml0/|acessodata=27 de outubro de 2011}}</ref>

== Carreira ==
Em 1981, ele se envolveu com o movimento islâmico da Tunísia. Foi diretor e [[editor-chefe]] do ''Al-Fajr'', o antigo jornal semanal do Partido Islâmico Ennahda.<ref name="maj2012mar">{{Citar periódico |url=http://www.majalla.com/eng/print-edition-pdf/al-majalla-issue-1571.pdf |titulo=Man on a Wire |data=março de 2012 |acessodata=4 de abril de 2013 |pagina=45 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120715141031/http://www.majalla.com/eng/print-edition-pdf/al-majalla-issue-1571.pdf |arquivodata=15 de julho de 2012 |volume=1571 |periódico=The Majalla}}</ref> Além disso, ele atuou como membro de longa data do conselho executivo do partido e continua sendo secretário-geral do Ennahda.<ref name="Case Info">[http://sites.nationalacademies.org/PGA/humanrights/PGA_051858 Case Information: Hamadi Jebali], Committee on Human Rights, nationalacademies.org. Retrieved on 26 October 2011.</ref><ref name="NP">{{Citation|primeiro1=Cecile|último=Feuillatre|título=Hamadi Jebali: The face of moderate Islamism in Tunisia|periódico=National Post|data=26 de outubro de 2011|url=http://news.nationalpost.com/2011/10/26/hamadi-jebali-the-face-of-moderate-islamism-in-tunisia/|acessodata=26 de outubro de 2011}}</ref>

Em junho de 1990, ''Al-Fajr'' publicou um artigo de Rashid al-Ghannushi chamado "O povo do Estado ou o Estado do povo?". Jebali foi responsabilizado pela publicação e recebeu uma pena suspensa e uma multa de 1.500 [[Dinar tunisiano|dinares]] pelos crimes de "incentivar a violação da lei" e "convocar a insurreição". Em novembro de 1990, o jornal islâmico continha um ensaio do advogado Mohammed Nouri, intitulado "Quando os tribunais militares, servindo como tribunais especiais, serão abolidos?" Desta vez, um tribunal militar condenou Hamadi Jebali a um ano de prisão por "difamação de uma instituição judicial".<ref name="Case Info">[http://sites.nationalacademies.org/PGA/humanrights/PGA_051858 Case Information: Hamadi Jebali], Committee on Human Rights, nationalacademies.org. Retrieved on 26 October 2011.</ref><ref name="NP">{{Citation|primeiro1=Cecile|último=Feuillatre|título=Hamadi Jebali: The face of moderate Islamism in Tunisia|periódico=National Post|data=26 de outubro de 2011|url=http://news.nationalpost.com/2011/10/26/hamadi-jebali-the-face-of-moderate-islamism-in-tunisia/|acessodata=26 de outubro de 2011}}</ref>

Em maio de 1992, o governo alegou ter detectado planos para um [[Golpe de Estado|golpe de estado]] do [[Movimento Ennahda|Ennahda]], que supostamente planejava matar o presidente [[Zine El Abidine Ben Ali|Ben Ali]] e estabelecer um [[estado islâmico]]. Em agosto de 1992, Jebali, juntamente com outros 170 simpatizantes do Ennahda, foi acusado de "tentativa de derrubada". Jebali protestou que não tinha conhecimento da existência do complô e afirmou que havia sido [[tortura]]do, apresentando marcas em seu corpo como prova. O julgamento foi classificado como injusto por observadores da [[Human Rights Watch]], do Comitê de Advogados para os Direitos Humanos e [[Amnesty International|da Anistia Internacional]], esta última nomeando Jebali como [[prisioneiro de consciência]].<ref>{{Citar web|url=https://www.amnesty.org/en/documents/mde30/009/1991/en/|titulo=Further information on Tunisia: Imprisonment of a Journalist|data=fevereiro de 1991|acessodata=22 de janeiro de 2012|publicado=[[Amnesty International]]}}</ref> Eventualmente, em 28 de agosto de 1992, Hamadi Jebali foi condenado a uma pena de 16 anos por "pertencimento a uma organização ilegal" e "tentativa de mudança da natureza do Estado".<ref name="NP">{{Citation|primeiro1=Cecile|último=Feuillatre|título=Hamadi Jebali: The face of moderate Islamism in Tunisia|periódico=National Post|data=26 de outubro de 2011|url=http://news.nationalpost.com/2011/10/26/hamadi-jebali-the-face-of-moderate-islamism-in-tunisia/|acessodata=26 de outubro de 2011}}</ref> O Tribunal de Cassação confirmou o veredicto.<ref name="Case Info">[http://sites.nationalacademies.org/PGA/humanrights/PGA_051858 Case Information: Hamadi Jebali], Committee on Human Rights, nationalacademies.org. Retrieved on 26 October 2011.</ref>

As condições de sua prisão foram duras. Mais de dez dos 15 anos que Jebali passou, foram em [[Cela solitária|confinamento solitário]]. Hamadi Jebali fez várias [[Greve de fome|greves de fome]] para protestar contra as condições e sua condenação. Em fevereiro de 2006, por ocasião do 50º aniversário da independência da Tunísia, Jebali foi libertado condicionalmente.<ref name="Case Info">[http://sites.nationalacademies.org/PGA/humanrights/PGA_051858 Case Information: Hamadi Jebali], Committee on Human Rights, nationalacademies.org. Retrieved on 26 October 2011.</ref>

== Pós-revolução e primeiro-ministro ==
[[Ficheiro:Hamadi_Jebali_-_World_Economic_Forum_Annual_Meeting_2012-2.jpg|miniaturadaimagem|200x200px| Jebali durante o [[Fórum Econômico Mundial|WEF]] 2012]]
Após a [[Revolução de Jasmim|revolução tunisiana]] em janeiro de 2011, o Ennahda foi legalizado. Desde então, Hamadi Jebali tem estado presente em público como secretário-geral e porta-voz do partido. Em maio de 2011, ele foi para [[Washington, D.C.|Washington, DC,]] nos Estados Unidos.<ref>{{Citar web|url=http://findarticles.com/p/news-articles/political-transcript-wire/mi_8167/is_20110511/center-study-islam-democracy-holds/ai_n57470641/|titulo=The Center for the Study of Islam and Democracy Holds a Discussion on "What Kind of Democracy for the New Tunisia: Islamic or Secular?"|data=9 de maio de 2011|acessodata=21 de junho de 2011|publicado=BNET CBS Business Network}}</ref> Ele também conheceu os senadores norte-americanos [[John McCain]] e [[Joe Lieberman]].<ref>{{Citation|título=Washington ready to play soft Islam card|publicado=Maghreb Confidential|data=26 de maio de 2011|url=http://www.africaintelligence.com/MCE/power-brokers/2011/05/26/washington-ready-to-play-soft-islam-card%2C90297027-EVE-login|acessodata=21 de junho de 2011}}</ref>

Após o sucesso do Ennahda na eleição da Assembleia Constituinte em 23 de outubro de 2011, o partido o nomeou como seu candidato a [[Primeiro-ministro da Tunísia|primeiro-ministro]].<ref name="NP">{{Citation|primeiro1=Cecile|último=Feuillatre|título=Hamadi Jebali: The face of moderate Islamism in Tunisia|periódico=National Post|data=26 de outubro de 2011|url=http://news.nationalpost.com/2011/10/26/hamadi-jebali-the-face-of-moderate-islamism-in-tunisia/|acessodata=26 de outubro de 2011}}</ref><ref>{{Citation|primeiro1=Habib|último=Toumi|título=Al Nahdha likely to front its secretary general as prime minister|periódico=Gulf News|data=26 de outubro de 2011|url=http://gulfnews.com/news/region/tunisia/al-nahdha-likely-to-front-its-secretary-general-as-prime-minister-1.919250|acessodata=26 de outubro de 2011}}</ref> Jebali é considerado um defensor da ala reformista de seu partido.<ref name="NP" />

O presidente interino [[Moncef Marzouki]] nomeou Jebali como [[primeiro-ministro da Tunísia]] em 14 de dezembro de 2011.<ref>{{Citation|primeiro1=Houda|último=Mzioudet|título=Ennahda’s Jebali Appointed as Tunisian Prime Minister|periódico=Tunisia-live.net|data=14 de dezembro de 2011|url=http://www.tunisia-live.net/2011/12/14/ennahdas-jebali-appointed-as-tunisian-prime-minister/|acessodata=21 de dezembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120117044127/http://www.tunisia-live.net/2011/12/14/ennahdas-jebali-appointed-as-tunisian-prime-minister/|arquivodata=17 de janeiro de 2012}}</ref> Ele apresentou seu governo em 20 de dezembro.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jxEr2AGVUyAWMzckgN0gcXikwhVg?docId=CNG.796c0280e2143daa838da50cac8f6cfa.f21|titulo=Tunisian PM presents new government|data=20 de dezembro de 2011|acessodata=4 de novembro de 2012|publicado=Google News|arquivourl=https://www.webcitation.org/6BzvE1skE?url=http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jxEr2AGVUyAWMzckgN0gcXikwhVg?docId=CNG.796c0280e2143daa838da50cac8f6cfa.f21|arquivodata=7 de novembro de 2012|urlmorta=live|agência=Agence France-Presse}}</ref> Ele assumiu oficialmente o cargo em 24 de dezembro. 

Em 19 de fevereiro de 2013, ele renunciou ao cargo.<ref>{{Citar web|url=http://www.lexpress.fr/actualite/monde/afrique/tunisie-le-premier-ministre-hamadi-jebali-demissionne-apres-l-echec-de-son-cabinet-apolitique_1222484.html|titulo=Tunisia: Prime Minister Hamadi Jebali resigns after the failure of his firm apolitical|acessodata=19 de fevereiro de 2013|publicado=lexmpress}}</ref> A medida seguiu sua tentativa de formar um governo [[Tecnocracia|tecnocrático]] após o assassinato de Chokri Belaid e os protestos que se seguiram contra a suposta islamização do país. Ennahda, no entanto, rejeitou sua renúncia. Jebali formalmente renunciou após uma reunião com o presidente Moncef Marzouki. Ele disse: "Prometi que, se minha iniciativa não fosse bem-sucedida, renunciaria ao cargo de chefe do governo, e é isso que estou fazendo após minha reunião com o presidente. Hoje há uma grande decepção entre as pessoas e devemos recuperar sua confiança e esta renúncia é um primeiro passo."<ref name="intoday1">{{Citar jornal|url=http://indiatoday.intoday.in/story/tunisia-pm-resigns-after-cabinet-initiative-fails/1/250957.html|titulo=Tunisia PM resigns after cabinet initiative fails to form a technocratic government|data=20 de fevereiro de 2013|acessodata=20 de fevereiro de 2013|website=India Today}}</ref> Jebali sugeriu que se ele fosse encarregado de formar um novo governo teria que incluir ministros apartidários e uma variedade de representação política que levaria a uma nova eleição.<ref name="intoday1" /> Figuras da oposição anônimas saudaram a renúncia. No mesmo dia, a [[S&P Global Ratings|Standard & Poor]] rebaixou o [[rating]] de crédito da Tunísia.<ref>{{Citar web|ultimo=Angelique Chrisafis and agencies|url=https://www.theguardian.com/world/2013/feb/20/tunisia-prime-minister-turmoil|titulo=Tunisian PM resigns sparking credit rating downgrade|data=20 de fevereiro de 2013|acessodata=20 de fevereiro de 2013|jornal=The Guardian}}</ref> No entanto, o [[Fundo Monetário Internacional|FMI]] disse que ainda está em negociações para um empréstimo de US$ 1,78 bilhão ao país.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.reuters.com/article/tunisia-imf-idUSL6N0BK05020130220|titulo=IMF says still in touch with Tunisia on loan|data=20 de fevereiro de 2013|acessodata=20 de fevereiro de 2013|website=Reuters|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130220061223/http://www.reuters.com/article/2013/02/20/tunisia-imf-idUSL6N0BK05020130220|arquivodata=20 de fevereiro de 2013|urlmorta=live}}</ref>

Depois de instar seu partido sem sucesso a apoiar o presidente interino [[Moncef Marzouki]] na eleição presidencial de 2014,<ref>Eileen Byrne: [http://www.thenational.ae/world/20141220/major-political-shift-to-come-as-tunisia-votes-for-new-president#full ''Major Political Shift to Come as Tunisia Votes for New President.''] In: ''[[The National (Abu Dhabi)|The National]]'', 20 December 2014.</ref> ele deixou o Ennahda em 10 de dezembro de 2014.<ref>Zeineb Marzouk: [https://web.archive.org/web/20150425141229/http://www.tunisia-live.net/2014/12/12/hamadi-jebali-resigns-from-ennahdha-party/ ''Hamadi Jebali Resigns from Ennahdha.''] In: ''Tunisia-Live.net'', 12 December 2014.</ref> Em janeiro de 2015, ele se recusou a se juntar ao novo partido do candidato presidencial derrotado Marzouki,<ref>[http://www.jawharafm.net/fr/article/hamadi-jebali-je-ne-ferai-jamais-partie-du-mouvement-cree-par-marzouki/92/19439 ''Hamadi Jebali: Je ne ferai jamais partie du mouvement créé par Marzouki.''] In: ''JawharaFM.net'', 6 January 2015.</ref> mas não descartou fundar um partido próprio.<ref>[http://www.tuniscope.com/article/60063/actualites/tunisie/t-hamadi-jebali-292810 ''Hamadi Jebali envisage de lancer un nouveau parti politique.''] In: ''Tuniscope.com'', 5 January 2015.</ref>
{{Referências}}

== Ligações externas ==

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