Apeadeiro de Dagorda-Peniche
O Apeadeiro de Dagorda-Peniche, originalmente denominado apenas de Dagorda, (com grafia divergente daquela usada para o topónimo da localidade nominal: "A-da-Gorda") é uma interface da Linha do Oeste situado na localidade de A-da-Gorda, no município de Óbidos, em Portugal.
Dagorda-Peniche | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Identificação: | 62802 DPE (Dagorda-Pen.)[1] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Denominação: | Apeadeiro de Dagorda-Peniche | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Classificação: | A (apeadeiro)[1] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tipologia: | D [3] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Linha(s): | Linha do Oeste (PK 97+033) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Altitude: | 30 m (a.n.m) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Coordenadas: | 39°20′40.2″N × 9°10′20.74″W (=+39.3445;−9.17243) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Município: | Óbidos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Serviços: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Conexões: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Equipamentos: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Endereço: | Rua do Apiadeiro, s/n A-da-Gorda PT-2510-011 Óbidos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Inauguração: | [quando?] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Diagrama: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Website: |
Descrição
editarLocalização e acessos
editarEste apeadeiro tem acesso à EN114, que é a rua principal de A-da-Gorda, situando-se no interior do respetivo aglomerado urbano.[4] Nas suas imediações existem duas passagens superiores sobre a via férrea: Uma imediatamente a norte da plataforma (ao PK 97+125), levando a EN114, e outra a sul do apeadeiro (ao PK 96+265), construída já no séc. XXI para levar o IP6.[5]
Em termos de transporte rodoviário coletivo de passageiros, este apeadeiro é servido pelas carreiras interurbanas da Rodoviária do Oeste do eixo Óbidos-Peniche, bem como pela rede local Obi.[6]
Caraterização física
editarA plataforma, com o abrigo respetivo, tem 70 m de comprimento e 75 cm de altura,[3] e situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para a Figueira da Foz).[7]
Serviços
editarEm dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional, tipicamente com oito circulações diárias em cada sentido entre Lisboa - Santa Apolónia e Caldas da Rainha ou Coimbra-B.[8]
História
editarSéculo XIX
editarInauguração
editarEste apeadeiro situa-se no troço entre as estações de Torres Vedras e Leiria, que abriu à exploração em 1 de Agosto de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[9]
Século XX
editarLigação a Peniche e à Linha do Norte
editarDevido à evolução da rede ferroviária portuguesa, verificou-se que as ligações entre as Linhas do Oeste e do Norte ficaram muito deficitárias, sendo possíveis apenas em Alfarelos e por Lisboa.[10] Desta forma, desde cedo que se procurou construir uma ligação transversal entre as duas linhas, com origem na zona de Santarém e término em Peniche, servindo obrigatoriamente Rio Maior.[10] Por outro lado, esta linha viria aliviar os problemas de comunicações que esta região sofria, não obstante a sua riqueza agrícola e mineral, e o importante centro piscatório em Peniche.[10] O primeiro caminho de ferro a ser estudado com este propósito foi uma linha de via estreita entre Santana e Caldas da Rainha, tendo este projecto voltado a ser estudado vários anos depois, em 1905, por uma comissão encarregada de delinear a rede ferroviária do Centro; assim, neste plano, aprovado por um decreto de 19 de Agosto de 1907, estava incluída a Linha de Peniche, do Setil a Peniche, passando, entre outras localidades, por Óbidos, Amoreira e Atouguia da Baleia.[10] No entanto, apesar de várias vantagens oferecidas pela lei, a linha não chegou a ser construída, tendo um concurso realizado em 11 de Novembro de 1920 ficado vazio; assim, a Lei n.º 1550, de 27 de Fevereiro de 1924, autorizou as autarquias de Alenquer, Cadaval, Bombarral, Lourinhã, Peniche e Vila Franca de Xira a construir um caminho de ferro de via estreita ou larga, que não teve resultado.[10]
Pj. ferr. Rio Maior - Peniche | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Algum tempo depois, a câmara de Peniche pediu autorização para construir um ramal a partir de Dagorda, para ultrapassar as graves dificuldades de comunicação que se faziam sentir; no entanto, a autarquia não dispunha de bases financeiras para executar este projecto, nem legais, uma vez que o ponto de origem se situava no concelho de Óbidos.[10] Já quando se esteve a planear a linha, em 1907, um parecer da Associação dos Engenheiros Civis sobre este projecto considerou a passagem pelas Caldas da Rainha em vez de Óbidos, uma vez que assim a linha serviria aquela importante localidade, embora tivesse de atravessar uma região mais pobre e menos povoada até Peniche.[10] Assim, considerou-se que parte do traçado da nova linha deveria ser comum à Linha do Oeste, com o ponto de entroncamento do ramal para Peniche em Óbidos.[10] Caso a estação de Óbidos não se revelasse conveniente para esta função, então devia ser passado para o então Apeadeiro de Dagorda, que seria promovido a estação.[10] Esta nova directriz foi estabelecida pelo Decreto n.º 12524, de 22 de Outubro de 1926, que também autorizou o próprio governo a estudar e a construir o novo troço, denominado de Ramal de Peniche, que ficaria sobre a gestão da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[10] A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 16 de Outubro desse ano noticiou que iria ser elaborado o estudo definitivo para o ramal entre Dagorda e Peniche.[11]
A ligação de Peniche à rede ferroviária não chegou a ser concretizada;[12] o apeadeiro da Linha do Oeste, distante 20 km desta cidade,[13] manteve não obstante a designação Dagorda-Peniche.[14]
Século XXI
editarModernização da Linha do Oeste
editarNos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, o Apeadeiro da Dagorda irá ser alvo de remodelação a nível da plataforma e respetivo equipamento.[5] Neste contexto tem sido especulada a necessidade de demolir a ponte de alvenaria em pedra contígua à plataforma (ao PK 97+125) e substituí-la por outra com maior vão vertical para albergar a catenária.[15]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b Diretório da Rede 2022. IP: 2022.12.09
- ↑ Delimitação da Área de Reabilitação Urbana de Óbidos. C.M.O.: 2015.08
- ↑ a b ELABORAÇÃO DO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE – TROÇO MIRA SINTRA / MELEÇAS – CALDAS DA RAINHA, ENTRE OS KM 20+320 E 107+740 (PDF). Volume 00 – Projeto Geral. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Obi : Horário de Inverno» (PDF). Consultado em 20 de abril de 2022
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2022.12.11»)
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 28 de Maio de 2014
- ↑ a b c d e f g h i j PORTUGAL. Decreto n.º 12524, de 22 de Outubro de 1926. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República. Publicado no Diário do Governo n.º 236, Série I, de 22 de Outubro de 1926.
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1235). 1 de Junho de 1939. p. 281-284. Consultado em 23 de Janeiro de 2018
- ↑ RODRIGUES, Luís; TAVARES, Mário; SERRA, João (1993). Terra de Águas. Caldas da Rainha História e Cultura 1.ª ed. Caldas da Rainha: Câmara Municipal de Caldas da Rainha. p. 384. 527 páginas
- ↑ OpenStreetMaps / FOSSGIS Routing Service. «Cálculo de distância cicloviária». Consultado em 26 de abril de 2022
- ↑ Mariano Calado: Peniche na história e na lenda Torres Vedras, 1968 (2.ª ed.): 431 p.
- ↑ José Sousa: “Balastro : Renovação da Linha do Oeste” Trainspotter 78 (2017.02) p.13-23. ISSN: 2183-7619 Portugal Ferroviário / APAC