Aaron Hernandez

Jogador de futebol americano, assassino condenado

Aaron Josef Hernandez (Bristol, 6 de novembro de 1989Leominster, 19 de abril de 2017) foi um jogador de futebol americano que jogou pelo New England Patriots como tight end na National Football League.[1]

Aaron Hernandez

Hernandez com os Patriots em 2011
No. 85, 81     
Tight end
Informações pessoais
Data de nascimento: 6 de novembro de 1989
Local de nascimento: Bristol, Connecticut
Data da morte: 19 de abril de 2017 (27 anos)
Local da morte: Leominster, Massachusetts
Altura: 6 ft 2 in (1,88 m) Peso: 245 lb (111 kg)
Informação da carreira
Colegial: Bristol Central High School (CT)
Faculdade: Universidade da Flórida
Draft da NFL: 2010 / Rodada: 4 / Escolha: 113
História da carreira
 Como jogador:
Pontos altos na carreira e prêmios
  • John Mackey Award (2009)
  • First-team All-American (2009)
  • First-team All-SEC (2009)
  • BCS National Championship (2009)
  • SEC Championship (2008)
Estatísticas de carreira na NFL até a temporada de 2012
Recepções     175
Jardas     1 956
Touchdowns     18
Estatísticas no NFL.com
Estatísticas no PFR.com

Um ávido atleta desde a infância, ganhou uma bolsa de estudos na Universidade da Flórida e quando terminou a faculdade foi jogar como profissional na NFL, onde, devido aos bons números e atuações dentro de campo, chegou a receber, em 2012, uma extensão contratual de cinco anos valendo US$ 39 milhões de dólares para continuar com os Patriots. Porém, os problemas extra-campo que o acompanhavam desde os tempos de escola permaneceram e seu envolvimento com gangues e criminosos era de conhecimento da imprensa. Em meados de 2013, Hernandez foi preso pelo assassinado de Odin Lloyd. Pouco tempo depois, os Patriots dispensaram o jogador de seu contrato.

Em 2015, Hernandez foi condenado por assassinato em primeiro grau e sentenciado à prisão perpétua sem possibilidade de condicional. Chegou também a ser indiciado no duplo homicídio de Daniel de Abreu e Safiro Furtado, mas foi inocentado dessas acusações em 2017. Em abril daquele ano, com os processos e apelações ainda em andamento, Aaron Hernandez foi encontrado morto na sua cela, com sua morte sendo registrada como suicídio por enforcamento. Uma autópsia posterior revelou que ele sofria de encefalopatia traumática crônica, um mal que aflige vários jogadores de futebol americano devido as concussões resultantes da natureza do esporte.[2]

Biografia

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Infância, carreira universitária e primeiros problemas com a polícia

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Aaron Hernandez nasceu em Bristol, Connecticut, em novembro de 1989, e cresceu na Avenida Greystone.[1] O seu pai, Dennis Hernandez, foi um esportista condecorado da Universidade de Connecticut, que morreu quando Aaron tinha apenas 16 anos.[3]

Um ano após a morte do pai, Aaron recebeu uma bolsa de estudos na Universidade da Flórida. Com um porte físico acima da média para um atleta de 17 anos, ele rapidamente se destacou no time de futebol americano dos Gators. Em sua segunda temporada na equipe, Hernandez conquistou o título nacional universitário ao lado de Tim Tebow, Mike Pouncey, Carlos Dunlap e Percy Harvin.[3]

Um ano após se destacar no time Universitário, surgiria o primeiro problema de Aaron com a Justiça. O camisa 81 dos Gators se envolveu em uma briga de bar. Pouco tempo depois, foi interrogado pela polícia a respeito de um incidente com armas de fogo que deixou duas pessoas baleadas.[3]

Outro imbróglio com a polícia aconteceu na sua segunda temporada no futebol americano universitário, quando chegou a ser suspenso por violar a política de substâncias ilícitas e ser flagrado sob uso de maconha.[3]

Carreira na NFL

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New England Patriots

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Em 2010, Hernandez pulou o último ano de universidade para ir direto ao Draft da NFL. Visto pela maioria dos especialistas como o melhor tight end disponível naquele ano, seus problemas extracampo fizeram com que muitos times evitassem a escolha, sendo, por isso, draftado apenas na quarta rodada, pelo New England Patriots. Aos 20 anos, Hernandez era o jogador mais jovem no elenco de qualquer time naquela temporada.[3] Seu desempenho naquele ano lhe rendeu um novo contrato, com duração de cinco anos.[3]

De 2010 a 2012, foram 1 956 jardas em 38 partidas e 18 touchdowns, um vice campeonato do Super Bowl 46, em 2012, e da conferência americana, em 2013, e uma dupla prolífica com o camisa 87, Rob Gronkowski.[3] No começo de 2013, foi dispensado dos Patriots devido aos seus problemas extra-campo.

Acusação de assassinato

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Os problemas de Aaron com a justiça americana começaram em 2012. No dia 16 de julho daquele ano ele se envolveu em um caso de duplo homicídio na saída de uma boate em Boston, onde ele foi um dos suspeitos de ter matado duas pessoas e ainda de ter baleado o amigo, Alexander Bradley, para que ele não contasse às autoridades.[3] Hernandez acabou inocentado deste caso em abril de 2017, após mensagens apagadas do celular de Bradley comprovarem que ele não tinha certeza se o ex-jogador estava envolvido.[4]

Apesar disso, porém, foi um outro caso que colocaria Hernandez na cadeia. Em 22 de agosto de 2013, Hernandez foi indiciado por um grande júri pelo assassinato de Odin Lloyd.[5][6] Hernandez estava sendo investigado também no contexto de outros casos de violência, incluindo assassinatos múltiplos, tanto na Flórida como no Massachusetts.

Em 14 de abril de 2015, após dois anos de julgamento, Hernandez foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato em primeiro grau de Odin Lloyd, sem direito a liberdade condicional.[7]

Em 19 de abril de 2017, Aaron foi encontrado morto no Centro Correcional Baranowski, onde cumpria pena. A imprensa divulgou o motivo da sua morte como suicídio. Contudo, o advogado e a família dele disseram não ter percebido qualquer sinal de pudesse indicar que Aaron tivesse tirado a própria vida.[8] No dia seguinte, autoridades de Massachusetts confirmaram o motivo da morte como suicídio.[9]

A pedido da família, o cérebro de Hernandez foi liberado para a Universidade de Boston para ser estudado e foi diagnosticado que ele tinha encefalopatia traumática crônica (CTE, na sigla em inglês), uma doença degenerativa progressiva encontrada em pessoas que sofreram um golpe severo ou golpes repetidos na cabeça, incluindo jogadores de futebol americano que sofreram diversas concussões ao longo da carreira.[2] Um dos médicos responsáveis afirmou que o CTE foi um fator determinante na degeneração do seu estado mental, que foi um dos fatores que impulsionaram o suicídio do atleta.[10]

Ver também

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Referências

  1. a b Hohler, Bob; Healy, Beth; Pfeiffer, Sacha; Ryan, Andrew; Wen, Patricia (13 de outubro de 2018). «The secrets behind the smile». The Boston Globe. Consultado em 5 de maio de 2020 
  2. a b Hohler, Bob; Healy, Beth; Pfeiffer, Sacha; Ryan, Andrew; Wen, Patricia (18 de outubro de 2018). «A terrible thing to waste». The Boston Globe. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  3. a b c d e f g h globoesporte.globo.com/ Perda do pai, auge na NFL, crimes e fim trágico: a história de Aaron Hernandez
  4. theplayoffs.com.br/ Arquivado em 22 de abril de 2017, no Wayback Machine. Aaron Hernandez é considerado inocente da acusação de duplo homicídio
  5. «Aaron Hernandez indicted in death of semi-pro football player». WVCB TV. Consultado em 2 de junho de 2015. Arquivado do original em 22 de agosto de 2013 
  6. «Aaron Hernandez é condenado à prisão perpétua por homicídio». Terra Networks. 15 de abril de 2015. Consultado em 19 de abril de 2017 
  7. "EL EXPATRIOTA AARON HERNANDEZ, SENTENCIADO A CADENA PERPETUA POR ASESINATO". Página acessada em 15 de abril de 2015.
  8. «Ex-astro do futebol americano Aaron Hernandez morre em prisão dos EUA». G1. Consultado em 19 de abril de 2017 
  9. «Aaron Hernandez's death officially ruled a suicide». Sportingnews.com. Consultado em 21 de abril de 2017 
  10. Bidgood, Jess; Belson, Ken. «Aaron Hernandez's Brain Will Be Donated to C.T.E. Research Center». New York Times. Consultado em 21 de abril de 2017 

Ligações externas

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